O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mandou a Polícia Federal ouvir em até cinco dias o empresário Otávio Fakhoury (PTB) sobre o financiamento de uma aeronave particular para levar o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) aos atos de extrema-direita no 1º de Maio.
No despacho, Moraes escreve que “o deslocamento e comparecimento” de Silveira às manifestações representaram uma “violação às medidas cautelares estabelecidas nos autos da Ação Penal 1.044”.
Na última terça-feira 3, Moraes determinou a aplicação de multa de 405 mil reais a Silveira por descumprimento do uso da tornozeleira eletrônica, além de violações a outras proibições, como a de participar de eventos públicos e conceder entrevistas.
A manifestação de Moraes sobre Fakhoury, assinada na quarta-feira 4, ocorre no âmbito do inquérito das milícias digitais, instaurado por Moraes em 2021 mediante “fortes indícios e significativas provas apontando a existência de um verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4.781 [sobre notícias fraudulentas e ameaças ao STF], com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”.
A decisão de mandar a PF ouvir Fakhoury se baseia em uma notícia veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo. A matéria dá conta de que a aeronave disponibilizada pelo empresário permitiu que Silveira comparecesse a dois protestos bolsonaristas no Rio de Janeiro e a um em São Paulo.
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