Justiça
Moraes dá 5 dias para defesa de Bolsonaro informar se o ex-capitão dará entrevistas
Três pedidos para entrevistar o ex-presidente na prisão domiciliar foram feitos ao STF


A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem cinco dias para informar o Supremo Tribunal Federal se o ex-capitão pretende ou não conceder entrevistas da prisão domiciliar em Brasília. O prazo começou a contar na segunda-feira 6, conforme decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Ao todo, três pedidos de entrevista foram levados ao Supremo: um de podcast sobre finanças; um do jornal Folha de S. Paulo; e outro da editora Abril, responsável pela revista Veja. As conversas já foram autorizadas por Moraes, mas dependem da vontade de Bolsonaro para saírem do papel.
A defesa do ex-capitão, convém registrar, ainda não se posicionou sobre as eventuais entrevistas. O tema, no entanto, foi alvo de declarações do senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-capitão. Na última sexta-feira 3, o político disse que, apesar das autorizações, o pai não dará entrevistas da prisão domiciliar por considerar que a permissão para conversar com jornalistas seria uma ‘pegadinha’.
“Para que seja possível, entendo que seriam necessárias algumas condições. Por exemplo, que seja ao vivo e com a garantia de que suas cautelares não serão agravadas, conforme o que ele responder. Do jeito que está hoje, me parece uma pegadinha”, disse o filho do ex-presidente.
Apontado como chefe da organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo STF. O ex-presidente foi colocado em prisão domiciliar por ter descumprido medidas cautelares fixadas pelo tribunal em junho.
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