Justiça

Milícias digitais realizam uma grande lavagem de dinheiro, diz Moraes

Ministro aponta lives e cursos como instrumentos para encobrir a prática criminosa

Milícias digitais realizam uma grande lavagem de dinheiro, diz Moraes
Milícias digitais realizam uma grande lavagem de dinheiro, diz Moraes
O MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES, DO STF. FOTO: NELSON JR./STF
Apoie Siga-nos no

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira 11 que as milícias digitais investigadas no inquérito das fake news “vêm realizando há alguns anos uma enorme lavagem de dinheiro”.

Segundo o magistrado, que é o relator do inquérito no STF, essa lavagem se deu por meio de cursos, transmissões ao vivo na internet e campanhas virtuais para arrecadar recursos. Para Moraes, “determinadas lives, realizadas por milícias digitais ou pretensos jornalistas”, são instrumentos para lavar dinheiro.

“Hoje, muitos milicianos digitais se autoidentificam como jornalistas para evitar qualquer responsabilidade — aí vai ver e de jornalista não tem nada, está lavando dinheiro e monetizando”, declarou em entrevista à Globo News durante congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). “Se faz essa lavagem e acaba limpando esse dinheiro, que pode retornar via doações, inclusive eleitorais”, completou.

Moraes afirmou ainda que a investigação do Supremo já resultou em 82 inquéritos. “Nós ainda estamos trabalhando na investigação para verificar todos os caminhos para levar algo fechado para o TSE”, acrescentou.

Questionado sobre as chances de a Procuradoria-Geral da República (PGR) recusar ação penal após o término do inquérito das fake news, Moraes afirmou que “há uma obrigação institucional que o PGR, qualquer que seja, uma vez constatando crimes, não deixe de atuar.”

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo