Justiça

Médico é condenado a pagar R$ 300 mil por racismo em Goiás após acorrentar negro e mandar “ficar na senzala”

Em vídeo, autor ri do suposto funcionário que aparece acorrentado com uma argola de ferro no pescoço

Reprodução redes sociais
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O médico Márcio Antônio Souza Junior foi condenado a pagar 300 mil reais de indenização após gravar um vídeo em que humilha um funcionário negro que trabalhava em sua fazenda, em Goiás.

O homem publicou um vídeo em suas redes sociais no qual supostamente submete um funcionário a situação análoga à escravidão.

Na gravação, o médico diz ao funcionário: “Falei pra estudar, não quer… Então vai ficar na minha senzala”, referindo-se a um homem negro que aparece com correntes nos pés, algemas e uma argola de ferro no pescoço.

Na sentença, a magistrada Erika Barbosa Gomes Cavalcante entendeu que o médico praticou “racismo recreativo”, quando se usa da “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”.

O médico deverá pagar 300 mil reais de indenização à Associação Mulheres Coralinas e à Associação Quilombo Alto Santana por danos morais coletivos.

A juíza pontou que “houve a intenção do acusado ultrajar a dignidade do ofendido e à coletividade mediante a postagem de vídeo com conteúdo racista”.

À época, o autor se justificou afirmando que o vídeo retratava uma “brincadeira” e que foi “pego de surpresa com a repercussão”.

Na sentença, a juíza ressaltou que “não faz diferença se o caso se trata de uma brincadeira”, visto que no crime de racismo recreativo se analisa o dano coletivo, não apenas o subjetivo.

Da sentença, cabe recurso ao Tribunal de Justiça de Goiás.

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