Justiça
Lula não confirma nome, mas diz que indicado ao STF deve ‘conhecer a realidade’ do Brasil
O ministro Ricardo Lewandowski se aposentará em 11 de abril
O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira 6 não ter definido a indicação que fará para substituir o ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal. O magistrado se aposentará oficialmente em 11 de abril.
“A pessoa tem de ter uma compreensão do mundo social deste País, dos problemas sociais deste País. As pessoas têm de conhecer a realidade deste País. Tem de ter um mínimo de sensibilidade social para assumir uma postura dessa, porque é muita responsabilidade”, disse o petista durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Na agenda, Lula não se comprometeu a escolher uma mulher ou um negro para a Corte. “Se vai ser negro, se vai ser negra, se vai ser mulher, vai ser homem, é um critério que eu vou levar muito em conta na escolha, mas não te darei nenhuma referência, porque, se eu der referência, eu estarei carimbando a futura pessoa que vai ser ministra ou ministro da Suprema Corte.”
Ele afirmou apenas que o escolhido “será uma pessoa altamente gabaritada do ponto de vista jurídico”. A segunda indicação de Lula será formalizada ainda em 2023, uma vez que Rosa Weber completará 75 anos em 2 de outubro.
Os dois mais cotados são:
- Cristiano Zanin, 47 anos, advogado de Lula nos processos da Lava Jato. Criminalista e com atuação nas áreas econômica, empresarial e societária, é formado pela PUC-SP. Ele também representou juridicamente o petista ao longo da campanha eleitoral de 2022. Recentemente, foi contratado para trabalhar na defesa da Americanas em um litígio com o banco BTG Pactual.
- Manoel Carlos de Almeida Neto, 43 anos. Pós-doutor em Direito Constitucional pela USP, foi assessor de gabinete de Lewandowski no STF. Também trabalhou como secretário-geral da presidência no STF e no Tribunal Superior Eleitoral. Desde 2016, é diretor-jurídico da Companhia Siderúrgica Nacional. Sua indicação conta com a simpatia de Lewandowski.
Outros nomes foram ventilados ao longo dos últimos meses, a exemplo dos juristas Lenio Streck e Pedro Serrano, do ministro do Superior Tribunal de Justiça Luis Felipe Salomão e do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
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