Justiça

Justiça pede que relatoria da Overclean seja redistribuída para Dino

A operação da PF apura fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro, com movimentações que chegam a 1,4 bilhão de reais

Justiça pede que relatoria da Overclean seja redistribuída para Dino
Justiça pede que relatoria da Overclean seja redistribuída para Dino
Ministro Flávio Dino na sessão plenária – Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Apoie Siga-nos no

A Polícia Federal defendeu no Supremo Tribunal Federal que o ministro Flávio Dino seja escolhido relator das investigações sobre a Operação Overclean, que mira um esquema de desvio de emendas parlamentares e pode atingir em cheio a cúpula do União Brasil. O processo tramita em sigilo na Corte.

O caso aportou no tribunal na semana passada, após identificação de menções ao deputado federal Elmar Nascimento (BA), líder do partido na Câmara, nas provas obtidas pela PF. A corporação defendeu que os autos do processo fossem distribuídos a Dino, “em razão da conexão com investigação em curso sob sua relatoria”. O pedido foi endossado pela Justiça Federal.

No entanto, o presidente em exercício do STF, ministro Edson Fachin, entendeu que a relatoria deveria ser definida por sorteio – quem acabou escolhido foi Kassio Nunes Marques. Um novo pedido para trocar a condução do inquérito foi apresentado no domingo pela PF.

Os investigadores justificaram o pedido de redistribuição por conexão com investigações já conduzidas por Dino que tratam do mau uso de emendas parlamentares.

Em dezembro, o ministro mandou interromper o pagamento de 4 bilhões de reais em emendas de comissão (indicadas pelos presidentes dos colegiados temáticos do Congresso) por suspeitas de irregularidade. A medida visava a acabar com o que o magistrado considerou “ápice da balbúrdia orçamentária”. No despacho, Dino destacou episódios de apreensão de dinheiro vivo na Overclean.

A operação da PF apura fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de engenharia, com movimentações suspeitas que chegam a 1,4 bilhão de reais.

Um dos pivôs da investigação é José Marcos de Moura. Conhecido como o “Rei do Lixo”, ele integra a executiva do União Brasil, indicado ao posto pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, e chegou a ser preso pela PF. Durante a operação, os agentes encontraram no cofre do empresário uma escritura de uma transação imobiliária feita com Elmar.

Uma planilha localizada pelos investigadores aponta que o esquema atingia pelo menos 12 estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo