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Justiça manda leiloar imóveis da igreja de pastor bolsonarista Estevam Hernandes por dívidas

Uma locadora de veículos diz que igreja tem dívidas de 1,6 milhão de reais em aberto

Justiça manda leiloar imóveis da igreja de pastor bolsonarista Estevam Hernandes por dívidas
Justiça manda leiloar imóveis da igreja de pastor bolsonarista Estevam Hernandes por dívidas
Apóstolo Estevam Hernandes (Reprodução Instagram)
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A Justiça paulista decidiu leiloar quatro imóveis pertencentes à Igreja Renascer em Cristo, liderada pelo apóstolo Estevam Hernandes. A informação é do jornal Folha de S. Paulo desta sexta-feira 2.

O religioso é um dos idealizadores da Marcha para Jesus e teria convocado seguidores para realizar um jejum nacional a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão foi concedida em um processo aberto pela empresa Pole Comércio de Veículos, que afirma que a igreja deve um valor estimado em 1,6 milhão de reais, referente a alugueis de veículos. 

Em sua defesa, a igreja alegou não ter descumprido cláusula contratual e que não havia valores em aberto. 

Entre os imóveis relacionados para leilão está um prédio da avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci (SP), cujo teto desabou em janeiro de 2009, matando nove pessoas e deixando cerca de 100 feridos. 

O prédio, ainda que em ruínas, está avaliado em 14 milhões de reais, conforme laudo pericial anexado ao processo. No total, os bens elencados para o leilão somam 26 milhões de reais.

Segundo o juiz Emmanuel Brandão Filho, há necessidade de colocar à disposição do leilão outros imóveis, já que não existem garantias de que todos sejam arrematados. 

Além disso, o magistrado aponta que existem outras penhoras em andamento e que os valores obtidos poderão ser utilizados no pagamento de mais credores. 

Atualização: Após a decisão da Justiça Paulista, a Igreja Renascer em Cristo e a empresa Pole Comércio de Veículos chegaram a um acordo que resultou no arquivamento do caso. Os termos, firmados em 13 de julho, preveem o pagamento de pouco mais de 2 milhões de reais, parcelados em 17 vezes, à empresa. Os detalhes do pacto, em que a igreja “reconhece, confessa e assume ser devedora de tal quantia”, foram homologados pela Justiça em 18 de outubro, data do arquivamento definitivo do processo.

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