Justiça
Justiça Federal mantém prisão de suposto espião russo que se passava por brasileiro
O Ministério Público Federal aponta que o homem chegou ao Brasil em 2010 e usa documentos falsos com o nome de Victor Muller Ferreira
A Justiça Federal de São Paulo manteve, nesta terça-feira 29, a prisão preventiva de Serguei Vladimirovitch Tcherkasov, apontado pelo governo da Holanda como um espião russo.
A defesa havia pedido que ele aguardasse o julgamento em liberdade ou recebesse prisão domiciliar, a ser cumprida no Consulado da Rússia em São Paulo.
Segundo o Ministério Público Federal, o russo chegou ao Brasil ainda em 2010 e fingia ser brasileiro. Ele usava documentos falsos com o nome Victor Muller Ferreira.
Em junho, a Holanda impediu Tcherkasov de se infiltrar no Tribunal Penal Internacional em Haia, órgão responsável por julgamentos de crimes de guerra e genocídio. A Rússia é acusada pelo TPI de crimes contra a humanidade durante a guerra na Ucrânia.
Ainda segundo informações holandesas, o russo trabalharia para o GRU, uma unidade de inteligência militar da Defesa russa, e teria tentado entrar no país europeu se identificando como brasileiro.
Ele foi deportado ao Brasil e preso pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos após a constatação da falsificação dos documentos. O russo foi condenado em primeira instância pelo uso de documento falso.
A defesa há havia feito outro pedido de liberdade provisória, negado liminarmente pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O colegiado do órgão voltou a rejeitar o pedido nesta terça.
Em agosto, a Embaixada da Rússia havia pedido ao Supremo Tribunal Federal a extradição do suposto espião. O caso aguarda análise da Corte.
Caso seja aprovada a extradição pelo STF, a autorização final de liberação ficará a cargo do presidente em exercício.
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