O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou a prisão preventiva de Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, denunciado pelo Ministério Público (MP-RJ) por envolvimento em um atentado com coquetéis molotov contra o prédio do canal Porta dos Fundos, em 24 de dezembro de 2019, no bairro carioca do Humaitá.
Ele havia sido preso na Rússia em 4 de setembro, por agentes da Interpol. Fauzi fugiu para o país em 29 de dezembro, após a abertura de investigações baseadas em gravações de 50 câmeras de monitoramento. Uma das câmeras flagrou o momento em que ele desceu do veículo utilizado para fuga depois dos ataques.
De acordo com a acusação, Fauzi teria assumido, com a ação, o risco de matar o vigilante do prédio. O Ministério Público argumenta que a vítima só não morreu porque teve pronta reação, controlando o incêndio e fugindo do imóvel.
Ao aceitar a denúncia do Ministério Público, o juiz Alexandre Abrahão, da 3ª Vara Criminal do Rio, considerou que o delito foi praticado por motivo fútil, decorrente de discordância em relação ao conteúdo artístico do “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, que retratou Jesus Cristo como um homem gay.
Além disso, o juiz considerou que há indícios mínimos de que Fauzi cometeu o crime, com base no relato da vítima e de testemunhas. A prisão preventiva, portanto, foi decretada para prevenir o risco à ordem pública caso o acusado seja mantido em liberdade, diz o TJ-RJ.
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