Justiça

Justiça absolve homem acusado de ameaça e homofobia contra Jean Wyllys

TJ de Brasília concluiu que não há provas suficientes contra Marcelo Valle Silveira Mello; MP recorreu da absolvição

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A Justiça de Brasília absolveu o analista de sistemas Marcelo Valle Silveira Mello de injúria e ameaça contra o ex-deputado Jean Wyllys. 

Segundo Wyllys, o episódio, ocorrido ainda em 2019, motivou a sua renúncia da Câmara naquele ano. 

Na sentença, a juíza Ana Cláudia Loiola de Morais Mendes, da 1ª Vara Criminal de Brasília entendeu não haver provas suficientes para condenar o analista no caso. 

Entre dezembro de 2016 e março de 2017, Marcelo teria enviado uma série de e-mails contendo ameaças a Jean Wyllys. 

Em uma das mensagens assinadas por Emerson Eduardo Rodrigues Setim – cuja investigação apontou ter como verdadeiro remetente Marcelo Mello – trazia: “Bixona, você pode ser protegido porque é deputado federal, mas sua família não”.

Para a magistrada, “não há como se afirmar com a certeza necessária a uma condenação que o denunciado teria praticado os fatos delituosos narrados pelo Ministério Público na denúncia apresentada à Justiça.

“A materialidade, conforme consignado acima restou devidamente demonstrada. Nesse ponto, consta dos autos os documentos com as postagens mencionadas na denúncia. Ocorre que, não há como se afirmar, com a certeza necessária a uma condenação, que tais postagens teriam sido realmente feitas pelo acusado. Embora existentes indícios de que seria realmente o autor de tais mensagens, a prova produzida em Juízo não demonstrou de forma cabal ter sido o responsável”, ressaltou a magistrada. 

O Ministério Público recorreu da sentença e o caso deverá ser encaminhado do TJ-DF. 

Segundo o órgão, “as terríveis injúrias qualificadas, bem como as gravíssimas ameaças à vida e à integridade física da vítima e sua família estão cristalinas e o claro intuito de intimidar a vítima Jean Wyllys”. 

A apelação ainda aponta que Marcelo é “profundo conhecedor da área de informática e domina técnicas de ocultação de identidade”. 

O MP ainda atribui a Marcelo a liderança de um grupo hacker denominado “Homens Sanctos”, cujo objetivo era a divulgação de conteúdo racista, incitação à violência contra negros, homossexuais e mulheres, a apologia a crimes de estupro, homicídio e abuso sexual contra crianças e adolescentes.

Embora tenha sido absolvido, Marcelo Valle Silveira Mello atualmente cumpre pena de 41 anos de prisão por pedofilia e racismo. 

Em 2018 ele foi alvo da Operação Bravata, que investigava crimes de ameaça, incitação ao crime e terrorismo, supostamente cometidos pela internet.

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