In Fux we trust

Em suma, o episódio In Fux We Trust só confirma aquela velha máxima: de onde menos se espera, é de lá que não vem nada mesmo. 

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“In Fux We Trust” foi mais uma das mensagens trocadas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, divulgadas pelo site Intercept Brasil. Dessa vez Deltan reportava ao então juiz que o ministro do Supremo, Luiz Fux, havia expressado apoio a eles após a liberação e divulgação do grampo telefônico da Dilma e do Lula no Jornal Nacional. 

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O que causa espanto (ou não) foi o suposto “apoio” de Fux em relação a essa estratégia. Ele, melhor do que ninguém, sabe que se uma autoridade com prerrogativa de foro por função tiver seu telefone grampeado, o juiz de primeira instância deve remeter imediatamente os diálogos ao Supremo Tribunal Federal. Não ao William Bonner. 

Vale lembrar que Fux já chegou a declarar que o juiz deve decidir conforme o anseio popular, deixando claro que sua estratégia de atuação é seguir o grito das massas e não a voz da Constituição. Daí o alinhamento perfeito entre o método Moro e o método Fux de fazer justiça. 

In Fux We Trust é só mais um episódio polêmico na carreira do Ministro, que também foi responsável pela liminar que garantiu o auxílio moradia para todos os juízes, só voltando atrás da própria decisão quando o Supremo negociou com o governo golpista do Temer o reajuste salarial do Judiciário em troca do fim do auxílio moradia. 

Foi ele também que pressionou advogados, desembargador e políticos fazendo campanha pra sua filha, a advogada Marianna Fux, ser nomeada pelo quinto constitucional ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. E bem antes desse evento a Istoé já tinha divulgado uma reportagem denunciando que Fux solicitava às companhias aéreas privilégios, special services e up grades pros seus amigos e familiares, incluindo Marianna Fux. 


De onde menos se espera…

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