Justiça

Fux alivia julgamento de Dallagnol e ordena que advertência de 2019 seja desconsiderada

Ministro do STF proibiu uso de advertência para agravar punição em julgamento que pode afastar procurador da Lava Jato

Fux alivia julgamento de Dallagnol e ordena que advertência de 2019 seja desconsiderada
Fux alivia julgamento de Dallagnol e ordena que advertência de 2019 seja desconsiderada
O procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Foto: Mayke Toscano/GCOM-MT
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Prestes a virar alvo de julgamento pelo qual pode ser afastado da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol ganhou um alívio: um dos processos não poderá ser considerado em novas punições. Em decisão nesta segunda-feira 17, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu que seja considerada uma advertência de 2019 para agravar a sua situação.

No ano passado, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) aplicou a Dallagnol uma advertência por uma declaração dele à imprensa. O procurador havia dito que uma “panelinha” do STF passa a mensagem de “leniência” a favor da corrupção em algumas decisões, durante entrevista à rádio CBN, em 15 de agosto de 2018.

Na terça-feira 18, o CNMP tratará de outros dois processos contra Dallagnol. Um deles foi movido pela senadora Kátia Abreu (PP-TO). A parlamentar defende que o procurador “seja removido, a bem do interesse público, para outra unidade ministerial do Ministério Público Federal (MPF)”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também é autor de um processo previsto na pauta, em que pede que Dallagnol e outros procuradores “se abstenham de utilizar a estrutura e recursos do MPF para manifestar posicionamentos políticos ou, ainda, jurídicos”.

Com o julgamento desses processos, a advertência aplicada a Dallagnol em 2019 poderia agravar sua punição.

 

Porém, o procurador entrou com uma ação com tutela de urgência no STF, em que pediu que a sanção fosse descartada. Ele argumentou que já prescreveu o prazo de um ano de pretensão punitiva relativa a esse processo: “à época em que proferido o ato impugnado, já se encontraria extinta a pretensão punitiva do Estado de aplicar a penalidade em questão, ante o decurso do prazo prescricional”.

Dallagnol também sustenta que a advertência contra ele “seria irregular”, seja porque a pretensão punitiva teve o prazo prescrito, seja porque o mérito de sua aplicação seria inconstitucional por ofender a liberdade de expressão.

Em resposta, Fux considerou “as alegações relevantes”. Por outro lado, com o julgamento de outros feitos, a advertência poderia ser usada para, “indevidamente”, agravar a vigência da penalidade. Assim, poderia gerar “situação impassível de reversão”.

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