Justiça

Ex-mulher de Wassef realizou ‘movimentação suspeita’ de 33,9 milhões de reais, diz Coaf

Segundo relatório, valores seriam incompatíveis com renda da empresária

Foto: Sergio Lima/AFP Foto: Sergio Lima/AFP
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Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicou uma movimentação  “incompatível” com a renda mensal na conta de Maria Cristina Boner Leo.  A empresária é ex-mulher de Frederick Wassef, que atuou como advogado da família Bolsonaro. A informação é do jornal O Globo.

 

Com ganho mensal de 75 mil reais, Maria Cristina movimentou 33,9 milhões em apenas seis meses.

De acordo com a publicação, a empresária foi alvo de três comunicações feitas pelo Coaf a órgãos de investigação. A última delas reportou uma “movimentação suspeita de 33.900.260,00” em uma de suas contas, realizada entre agosto de 2017 e janeiro de 2018.

 

Do montante, 16.636.008,00 foram referentes à operação de crédito efetuada em sua conta. Outros 17.264.252,00 foram registrados como débito, ou seja, montante que saiu da mesma conta.  Apesar de suspeita, a movimentação não é considerada ilegal.

O documento foi enviado pelo Coaf ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e do Distrito Federal no dia 15 de julho deste ano.

O relatório também foi compartilhado com a Polícia Federal, que investiga o esquema envolvendo o filho do presidente.

Contrato com o governo

A empresa Globalweb Outsourcing, fundada por Maria Cristina, recebeu  41,6 milhões de reais do governo federal durante a gestão de Jair Bolsonaro.

No governo, a empresa presta serviços de informática e tecnologia da informação (TI) a órgãos como o Ministério da Educação e o  Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Segundo dados do portal da Transparência e Diário Oficial, os contratos com governos anteriores foram prorrogados e receberam aditivos de 165 milhões no período Bolsonaro.

Além disso, a gestão Bolsonaro fechou novos contratos com a empresa no valor de 53 milhões — totalizando um compromisso de 218 milhões de reais a serem pagos pelos cofres públicos nos próximos anos.

Fundada em 2010, a Globalweb é hoje administrada por Bruna Boner Leo Silva, filha de Maria Cristina.

Multa suspensa

Um consórcio de empresas, com participação da Globalweb Outsourcing, teve uma multa suspensa pelo governo no dia 15 de março do ano passado.

Em 2014, o conjunto de empresas foi multado em 27 milhões de reais, após não entregar os serviços previstos pela Dataprev, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência, vinculada ao Ministério da Economia.

À época em que foi acordado o fim da cobrança, Wassef já defendia o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na investigação sobre a prática de “rachadinha”.

A Dataprev negou  interferência política na decisão e disse que caso ainda está em análise.

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