Justiça

cadastre-se e leia

‘Estamos maduros para responsabilizar Bolsonaro criminalmente’, avalia Kakay

O advogado criminalista analisou, em conversa com CartaCapital, o teor dos depoimentos de generais e civis à Polícia Federal, após Moraes torná-los públicos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Evaristo Sá/AFP
Apoie Siga-nos no

O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que não há dúvidas sobre a participação e coordenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à tentativa de golpe de estado em seu governo.

“Tudo está evidenciado”, disse à reportagem de CartaCapital, em análise ao teor dos depoimentos de militares e civis à Polícia Federal, e tornados públicos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira 15.

“Estamos absolutamente maduros para responsabilizar criminalmente o Bolsonaro e seu bando”, disse, ao defender que a Polícia Federal conduza o encerramento do inquérito e seu respectivo relatório. O jurista disse não ver motivos para uma prisão imediata do ex-presidente, ‘salvo se ele tentar interferir na investigação’.

“O correto é dar a ele todos os elementos de defesa que eles não davam aos outros, no curso do processo legal, presunção de inocência, ampla defesa, tudo aquilo que ele que, na época da Lava Lato, e do grupo lavajatista do Moro impediram de acontecer, temos que dar. Na eleição, a disputa era da barbárie contra a civilização, a civilização venceu e continuamos sob o estado democrático de direito, mas não podemos usar os métodos da barbárie”, avaliou, elucidando que os próximos passos seriam a finalização do relatório pela PF, e aguardar a denúncia via Ministério Público Federal.

“Para que haja a responsabilização criminal desses crimes gravíssimos. A gente tem que ter a certeza de que se eles tivessem dado o golpe, os democratas não estariam no Brasil, estariam presos, mortos ou fora do País. Precisamos dar uma resposta à altura”, destacou.

Kakay avaliou que, sobretudo os depoimentos do Comandante do Exército, o general Freire Gomes, e do Comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, são ‘gravíssimos’ e demonstram com muita clareza a tentativa de golpe, “que Bolsonaro coordenou junto com Braga Netto, com outros generais, com o ministro da Defesa, e com o consentimento do general Heleno”.

Ainda de acordo com o especialista os envolvidos tentaram ‘dar uma roupagem aparentemente legal ao golpe’, ao citarem recursos como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e o estado de sítio. “Mas o objetivo era ter uma outra eleição e impedir a posse do presidente eleito, isso não há mais dúvidas”.

Em seu discurso à PF, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, disse que tentou demover do presidente Jair Bolsonaro (PL) a ideia de utilizar dos aparatos e afirmou que, durante uma reunião, o Comandante do Exército, o general Freire Gomes, afirmou ao presidente que teria de prendê-lo se ele atentasse contra o regime democrático.

“O cerco se fecha tecnicamente de uma maneira muito forte”, aponta Kakay, que diz não ter dúvidas da apresentação de denúncias contra o ex-presidente Bolsonaro e de nomes de seu entorno.

Leia essa matéria gratuitamente

Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo