A fuga de André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, após a revogação de seu habeas corpus de soltura pelo ministro Luiz Fux, já era um movimento esperado pelo promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo.
Em entrevista à CNN Brasil, Gakyia afirmou que “não houve falha do MP, nem mesmo demora” na renovação da prisão de André do Rap – ponto que fez o ministro Marco Aurélio Mello liberá-lo em primeiro lugar, e que, agora, causa atritos entre os membros da Corte devido à interpretação da decisão do ministro. Para Fux, a periculosidade de André justificaria a manutenção de sua custódia.
André é acusado de fazer parte da liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), principal facção paulista e uma das maiores do País. De acordo com o MP-SP, ele era o grande operador das remessas de droga para o exterior a partir do Porto de Santos.
“Depois do assassinato do Gegê do Mangue, que era incumbido de implementar o comércio internacional de cocaína na Europa, ele assumiu essa função. É o principal responsável pela remessa de drogas no continente, principalmente pelo Porto de Santos”, explicou o promotor.
Segundo investigadores paulistas, após ser preso, André não se dirigiu a sua residência no Guarujá, conforme primeiramente afirmou à polícia, mas foi diretamente à Maringá, no Paraná, onde pegou um avião particular para fugir ao Paraguai.
“Estamos tratando aqui de um dos traficantes mais perigosos do país. Traficante em contato com máfias estrangeiras, que colocou mais de 4 toneladas de cocaína para a Europa, que ficou mais de quatro anos foragido da Justiça. Portanto, era de se esperar que ele iria se evadir, e não iria para a residência como determinado pelo ministro Marco Aurélio”, disse Lincoln ao canal televisivo.
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