Justiça

Defensoria vai à Justiça para que o X pague R$ 1 bilhão por ataque à democracia

As condutas de Musk, segundo a DPU, ‘representam instrumentalização de plataformas digitais para fins ilícitos’

(FILES) X (formerly Twitter) CEO Elon Musk attends a symposium on "Antisemitism Online" during the European Jewish Association conference in Krakow, on January 22, 2024. A Supreme Court judge in Brazil ordered an investigation of Elon Musk on April 7, 2024, after the mogul criticized the magistrate and accused him of censorship for blocking accounts suspected of spreading disinformation. In an order seen by AFP, Judge Alexandre de Moraes accused the owner of X, formerly Twitter, of "criminal instrumentalization of X." (Photo by Sergei GAPON / AFP)
Apoie Siga-nos no

A Defensoria Pública da União pediu que a Justiça Federal condene o X (ex-Twitter) ao pagamento de 1 bilhão de reais em indenização por danos moral coletivo e danos sociais ao Brasil.

Na solicitação, encaminhada nesta sexta-feira 19, o órgão sustenta que o bilionário Elon Musk, dono da plataforma, cometeu graves violações contra o Estado Democrático de Direito ao incitar o descumprimento de decisões judiciais.

As condutas do empresário, sustentou a DPU, “representam instrumentalização de plataformas digitais para fins ilícitos”.

A ação também pede que a Justiça determine ao X a adoção de práticas de moderação de conteúdo, removendo publicações ilegais, e contrate entidades independentes para realizar auditorias.

“As declarações do proprietário da rede social X surgem em um momento delicado para o Brasil, que tenta apaziguar as tensões provocadas por setores da extrema-direita envolvidos na tentativa de golpe de Estado”, diz o texto apresentado por Carolina Soares Castelliano, defensora Nacional de Direitos Humanos da DPU.

O arroubo de Musk, segundo ela, tem o condão de inflamar tensões sociais e expõem sua falta de compromisso com a democracia brasileira. “Essas palavras, portanto, representam uma afronta grave, não apenas ofendendo o País e o Estado democrático de Direito estabelecido, mas também tentando desacreditar as instituições democráticas brasileiras.”

Desde o início de abril, Musk tem desferido ataques ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal. Ele também disse que derrubaria restrições impostas à sua rede social pela Corte.

Ato contínuo, Moraes determinou a inclusão de Musk no Inquérito das Milícias Digitais, a mirar grupos que atentam contra a democracia. A acusação é que o empresário teria praticado uma “dolosa instrumentalização criminosa” da rede social.

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal informou ao Supremo que uma série de investigados por atos antidemocráticos promoveram transmissões ao vivo no X mesmo com as contas suspensas por ordem judicial. Segundo o relatório, as lives puderam ir ao ar mesmo sem o uso de VPN, que altera artificialmente a origem do sinal.

Entre os alvos do STF que driblaram as restrições estão o blogueiro Allan dos Santos, do Terça Livre, o jornalista Rodrigo Constantino e o senador bolsonarista Marcos Do Val (Podemos-ES).

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo