Justiça
CNJ investigará o comportamento de juíza de SC que gritou com testemunha
A magistrada tem 15 dias para apresentar sua defesa prévia


O Conselho Nacional de Justiça informou nesta quarta-feira 29 que apurará a conduta da juíza substituta Kismara Brustolin, da Vara de Trabalho de Xanxerê (SC), que gritou com uma testemunha em uma audiência.
“A postura da juíza durante a audiência pode ter violado deveres funcionais da magistratura, dentre os quais o dever de urbanidade para com os advogados, partes e testemunhas”, ponderou o corregedor-nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, que assina a decisão.
A reclamação disciplinar contra a magistrada deverá determinar se houve alguma violação de deveres funcionais do cargo.
Brustolin tem 15 dias para apresentar sua defesa prévia. Posteriormente, o caso pode ser levado ao plenário do Conselho Nacional de Justiça para decidir sobre a instauração de um processo administrativo disciplinar.
Entenda o caso
Em audiência virtual em 14 de novembro, na Vara do Trabalho de Xanxerê, a juíza repreendeu, aos gritos, uma testemunha por não chamá-la de “vossa excelência”.
“Eu chamei sua atenção e você tem que responder assim: ‘o que a senhora deseja, excelência?’”, reclamou.
“Responda, por favor! Repete!”, insistiu a juíza.
Na sequência, a testemunha perguntou se seria obrigada a repetir o que a juíza disse. A magistrada, então, respondeu que não, mas alertou que, caso não o fizesse, seu testemunho seria desconsiderado. Com a negativa do homem, a juíza ordenou a retirada da testemunha da audiência.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Juíza que gritou com testemunhas e exigiu ser chamada de ‘excelência’ é afastada
Por CartaCapital
Justiça do RS anula condenação de médico que chamou juíza de ‘desgraçada’
Por CartaCapital
CNJ investiga juiz que acusou Lula de relativizar furtos
Por CartaCapital