Justiça

CNJ arquiva processo disciplinar contra juiz do caso Mariana Ferrer

A ação havia sido movida pela União Brasileira de Mulheres, que acusa o magistrado de assédio judicial

CNJ arquiva processo disciplinar contra juiz do caso Mariana Ferrer
CNJ arquiva processo disciplinar contra juiz do caso Mariana Ferrer
Rudson Marcos, juiz do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Foto: Reprodução
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O corregedor-nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, arquivou um processo disciplinar contra o juiz Rudson Marcos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que atuou no caso Mari Ferrer.

A ação havia sido movida pela União Brasileira de Mulheres, que acusa o magistrado de assédio judicial pela abertura de pelo menos 160 processos contra personagens e figuras públicas que usaram a hashtag #EstuproCulposo em meio ao julgamento do caso.

De acordo com a entidade, Marcos atuou para “cercear a liberdade de expressão e de imprensa para intimidar e responsabilizar civilmente pessoas que se manifestaram sobre o caso de Mariana Ferrer”.

Os advogados do juiz catarinense afirmaram ao CNJ que a repercussão do caso gerou “verdadeiros ataques à imagem do magistrado através da divulgação de fatos desonrosos e falsos”. Além disso, sustentou que Marcos desistiu da maioria dos processos e outros foram arquivados.

Por isso, Salomão acolheu os argumentos da defesa e disse na decisão assinada nesta segunda-feira 19 não existir “justa causa para prosseguir com as apurações por meio de processo administrativo disciplinar”. A UBM afirmou que irá recorrer.

Entre os alvos das ações movidas por Rudson estavam famosos como Angélica, Ana Hickmann, Felipe Neto, Ivete Sangalo, Marcos Mion, Patrícia Pillar e Tatá Werneck.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), a deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS) e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e o jornal O Estado de S. Paulo também foram processados.

Em 2018, Mariana Ferrer acusou o empresário André de Camargo Aranha de estupro em um clube de luxo em Florianópolis (SC). Dois anos depois, ele foi absolvido por Rudson Marcos.

A expressão “estupro culposo” ganhou repercussão nas redes sociais após os argumentos usados pelo promotor Thiago Carriço de Oliveira serem divulgados pela imprensa. Nas gravações, ele tenta defender a tese de que o empresário não teve intenção de cometer um crime.

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