Justiça
Arma utilizada para matar Marielle e Anderson foi do Bope, diz ex-PM em delação
A declaração consta de um depoimento de Élcio de Queiroz à Polícia Federal


O ex-policial militar Élcio de Queiroz afirmou que a arma utilizada no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes era do Batalhão de Operações Especiais, o Bope, tropa de elite da PM do Rio de Janeiro voltada a operações especiais.
A declaração consta do depoimento de Queiroz à Polícia Federal, no âmbito de um acordo de delação premiada em que detalhou o atentado contra a vereadora e o motorista. Na ocasião, ele informou que o assassino foi o ex-PM Ronnie Lessa, sob a orientação de um mandante.
Segundo Queiroz, a arma foi extraviada após um incêndio na sede do Bope. O objeto ficou sob a posse de uma pessoa não identificada, “possivelmente um policial”, que fez uma reforma no equipamento e o vendeu a Lessa. O depoente disse não ter informações sobre a obtenção da munição.
A arma já teria sido utilizada por Lessa em serviço no Bope. O então policial, segundo Queiroz, “tinha um carinho por aquela arma” e sempre a usava quando estava em operação.
Lessa teria obtido a arma cerca de um ano antes do assassinato, segundo o depoimento.
Élcio de Queiroz se identificou como o motorista do assassino de Marielle e Anderson. Maxwell Corrêa, outro suspeito de envolvimento no esquema, teria feito a “vigilância” da vereadora.
Já o sargento Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, foi apontado como o responsável por apresentar Ronnie Lessa ao mandante do assassinato. Macalé foi executado em 2021.
Em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira 24, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que as autoridades deram “um passo significativo” para elucidar o caso Marielle.
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