Justiça

Aras pede investigação sobre denúncias de invasão a hospitais

Pessoas não identificadas entraram em unidades de saúde para verificarem se leitos estavam sendo ocupados, como incentivou Bolsonaro

O procurador-geral da República, Augusto Aras. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai pedir às unidades do Ministério Público que apurem denúncias de invasão a hospitais e de ameaças a profissionais da saúde durante a pandemia do novo coronavírus. 

O pedido foi feito após os estados de São Paulo, Espírito Santo e o Distrito Federal registrarem que deputados e outras pessoas não identificadas entraram em unidades de saúde para verificarem se leitos estavam sendo ocupados por pacientes com covid-19. 

Mais cedo, em uma mensagem publicada no Twitter, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes cobrou a apuração do caso. “Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, disse o ministro.

Bolsonaro incentivou invasões

O presidente Jair Bolsonaro incentivou que seus apoiadores invadam hospitais com pacientes da covid-19, que já matou mais de 40 mil pessoas no Brasil, para conferir se os leitos estão realmente ocupados no nível que alegam as secretarias estaduais de Saúde.

A declaração, que foi feita na live semanal do presidente na última quinta-feira 11, repercutiu como mais uma das atitudes de Bolsonaro que duvida dos impactos da pandemia no País e coloca pessoas em risco. No vídeo, ele questionou se as pessoas morreram por falta de respiradores ou UTIs no País, e disse que a checagem da situação atual dos leitos poderia ser feita por quem está “na ponta de linha”.

“Seria bom você fazer, na ponta de linha… tem um hospital de campanha perto de você, um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer pra mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda.”, disse o presidente.

Com informação de Agência Brasil.

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