O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por 180 dias o prazo para as investigações do inquérito nº 4.781, que trata da disseminação de fake news, ofensas e ameaças a magistrados da Corte.
A decisão foi divulgada nesta quarta-feira 1. Em documento, Moraes escreveu que considerou “a necessidade de prosseguimento das investigações e a proximidade do recesso” para estender o prazo. A contagem é feita a partir de 15 de julho, data prevista anteriormente para o encerramento das apurações.
As investigações incluem aliados do presidente Jair Bolsonaro. No último mês, o STF julgou um pedido de suspensão do inquérito e decidiu pela continuidade. O ministro Edson Fachin classificou como “inadmissíveis” as defesas da ditadura militar e do fechamento do Congresso Nacional e do STF.
A manutenção do inquérito é interpretada como uma derrota ao chefe do Palácio do Planalto, que já afirmou que os magistrados “estão abusando”.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou a afirmar que, após a instauração do inquérito, é questão de “quando” vai haver uma ruptura com o sistema democrático no Brasil. A declaração fez o filho do presidente virar alvo de apuração aberta pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Blogueiros bolsonaristas também protestaram contra o inquérito por meio de um manifesto assinado por 29 nomes, entre eles, do criador do canal Terça Livre, Allan dos Santos. No texto, pede-se ao chefe do Executivo o lançamento de um decreto que impeça que agentes da Polícia Federal cumpram diligências ligadas à investigação.
Empresários como o dono da Havan, Luciano Hang, e Edgard Corona, da rede de academias SmartFit, foram listados em operação da Polícia Federal.
Também estão na mira deputados como Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio do Amaral (PSL-MG) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
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