Justiça

Advogado de réu do 8 de Janeiro foi condenado por violência contra mãe e irmã

O caso ocorreu em 2016; a sentença foi proferida pela 2ª Vara de Votuporanga, no interior de São Paulo, em 2019

Hery Kattwinkel foi expulso do Solidariedade. Foto: Reprodução/Instagram
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O advogado Hery Waldir Kattwinkel Junior, defensor de um dos réus condenados por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro, já foi condenado por violência doméstica contra a mãe e a irmã.

Em 2019, a 2ª Vara de Votuporanga, no interior de São Paulo, condenou Hery por violência doméstica a sete meses de detenção, por um caso de 2016. O advogado chegou a entrar com recursos, negados pelas instâncias superiores. A informação é do site Conjur.

Na sentença, divulgada pelo jornal A Cidade Votuporanga à época, consta a informação de que Kattwinkel Junior “ofendeu a integridade física de sua genitora e de sua irmã, causando-lhes lesões corporais de natureza leve”.

Ele já foi vereador por Votuporanga e candidato à prefeitura pelo PTB em 2020, recebendo mais de 15 mil votos. Em 2022, ele tentou se eleger deputado estadual pelo Solidariedade, sem sucesso.

O Solidariedade anunciou nesta sexta-feira 15 que expulsará o advogado de seus quadros, devido à sua atuação no STF.

“O Sr. Hery Waldir Kattwinkel Júnior ocupou a tribuna do Supremo Tribunal Federal para protagonizar um grotesco espetáculo de ataques aos Ministros do Supremo Tribunal Federal, verbalizando e endossando o discurso de ódio, não raro permeado de fake news, que contaminou parte da sociedade brasileira”, diz a nota do partido.

Durante a defesa de seu cliente na quinta-feira 14, o advogado desferiu uma série de ataques contra o STF e comparou a “perseguição sofrida pelos patriotas” ao Holocausto.

“Eu vejo que o ministro Alexandre de Moraes inverte o papel de julgador aqui nessa Suprema Corte. Ele passa de julgador a acusador. É um misto de raiva com rancor com pitadas de ódio quando fala dos patriotas. A cena que vi lá (na Papuda) me lembrou muito o Holocausto”, disse.

Seu cliente, o réu Thiago de Assis Mathar, foi condenado a 14 anos de prisão por cinco crimes, incluindo a tentativa de golpe de Estado.

“É patético que um advogado suba à tribuna do Supremo Tribunal Federal com discurso de ódio, com discurso para postar depois nas redes sociais. Talvez pretendendo ser vereador do seu município no ano que vem. Digo com tristeza que o réu aguarda que ele venha aqui defender tecnicamente. O advogado não analisou nada, absolutamente nada. Preparou um discursinho para postar em redes sociais”, rebateu o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.

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