Justiça
A nova negativa de Moraes ao pedido de Gayer para visitar Bolsonaro em prisão domiciliar
O ministro justificou a decisão pelo fato de que o deputado da extrema-direita também é investigado por atos antidemocráticos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a negar o pedido de visita do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar. A negativa foi publicada nesta quinta-feira 30.
De acordo com o ministro, Gayer não poderá ver Bolsonaro na prisão por também ser investigado por atos antidemocráticos. O parlamentar é um dos alvos da Petição 12.042, que apura fatos relacionados aos atos antidemocráticos. O caso corre em sigilo.
“Em face da medida cautelar imposta ao custodiado JAIR MESSIAS BOLSONARO pela decisão de 17/7/2025 (eDoc. 1.481), consistente em proibição de comunicar-se com réus ou investigados em ações penais ou Inq/Pets conexas, inclusive por meio de terceiros, INDEFIRO A AUTORIZAÇÃO DE VISITA para Gustavo Gayer Machado de Araújo, uma vez que é investigado na PET 12.042/DF”, sintetizou Moraes.
Em agosto deste ano, o ministro já havia negado o pedido do parlamentar para visitar o ex-capitão. Na ocasião, Moraes usou a mesma justificativa para barrar a agenda.
Visitas autorizadas
Na mesma decisão publicada nesta quinta, Moraes deu autorização para quatro visitas ao ex-capitão. São elas:
- o deputado federal Altineu Cortês (PL-RJ), 1º-vice-presidente da Câmara;
- o deputado federal Alberto Fraga (PL-DF);
- Nelson Piquet, ex-piloto de Fórmula 1;
- Alexandre Paulovich Pitolli, jornalista.
Moraes, ainda na decisão, julgou prejudicado um pedido de Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente, já que familiares não precisam de autorização prévia para visitas. Na prática, ele poderá ir ao encontro de Bolsonaro sem a necessidade do aval do STF.
O ministro, por fim, reforçou que todos os visitantes deverão passar por revista após deixarem o imóvel em que Bolsonaro está preso. “Serão realizadas vistorias nos habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da residência do réu”, escreveu Moraes, que também pediu atenção a outras regras já fixadas, como a proibição de gravações e uso de redes sociais.
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