Justiça
A justificativa de Anderson Torres para ter fornecidos senhas inválidas à PF
Em ofício enviado ao STF, a defesa do ex-ministro da Justiça alegou ter ‘lapsos frequentes de memória’ e ‘dificuldade cognitiva’ causada pela prisão
A defesa do ex-ministro Anderson Torres disse ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que “lapsos de memória” o fizeram fornecer à Polícia Federal senhas inválidas para o acesso à nuvem do seu celular. A manifestação consta em ofício enviado à Corte nesta sexta-feira 28.
Os advogados de Torres deram essa justificativa após Moraes pedir esclarecimentos sobre as senhas em até 48 horas. A defesa alega que o ex-ministro apresenta crises de ansiedade e chora de forma compulsiva por saudade de seus familiares.
“Nesse cenário, tendo em vista o atual estado mental do requerente, com lapsos frequentes de memória e dificuldade cognitiva, a confirmação da validade das senhas, na hodierna conjuntura, revela-se sobremaneira dificultosa”, escrevem.
Na representação, a defesa ainda diz que não tentou confirmar se as senhas fornecidas estavam corretas para “preservar a cadeia de custódia” e defendeu que “nos dias de hoje, é natural que os usuários não mais se preocupem em ‘decorar’ senhas”.
Torres está preso desde 14 de janeiro por ordem do magistrado pelo suposto envolvimento na invasão bolsonarista à sede dos Três Poderes, em Brasília. Mais cedo, o ministro Luís Roberto Barroso negou mais um pedido de soltura solicitado pela defesa do ex-ministro.
Leia a manifestação da defesa:
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