Educação
Reparação de erros na correção do Enem permanece sem resposta do MEC
Ministério marcou uma coletiva às 19h. Não há números oficiais sobre a quantidade de afetados e se o problema conseguiu ser resolvido
As falhas na atribuição de notas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, fizeram com o que o Ministério da Educação realizasse uma força-tarefa para reparar prejuízos a candidatos antes da abertura do SiSU, o Sistema de Seleção Unificada, que seleciona novos estudantes para mais de 230 mil vagas em universidades e abrirá as candidaturas na terça-feira 21.
O problema foi notado primeiramente por quem realizou a prova e percebeu, com a divulgação das notas, certas inconsistências no sistema. Candidatos que tinham acertado um bom número de questões estranharam pontuações próximas a 300, por exemplo, o que não é compatível com bons resultados.
Para entrar na universidade escolhida, cada estudante deve levar em consideração um sistema de pontuação que vai de 0 a 1000 pontos e que, de acordo com a carreira escolhida, terá maior ou menor peso envolvendo cada eixo temático da prova – composta por Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Matemática, Linguagens e Redação. A interferência em qualquer uma das categorias influencia de maneira drástica a nota do candidato.
Na tarde do sábado 18, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, admitiu um erro na correção de alguns gabaritos, que foram avaliados com as respostas de outra versão da prova.
Pelo Twitter, Weintraub, disse que o problema seria resolvido até esta segunda-feira 20, e que “o número [de atingidos] é muito baixo”. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ministro afirmou que foram cerca de 6 mil candidatos prejudicados. “Estamos falando de 0,1% das pessoas, isso dá cerca de cinco ou seis mil candidatos, problemas que vão ser corrigidos”, afirmou.
Houve inconsistência no gabarito de algumas provas do Enem 2019 e, por isso, candidatos foram surpreendidos com os resultados de suas notas. O número é muito baixo. Até segunda-feira, dia 20, tudo será resolvido. Pedimos desculpas aos participantes do exame pelo transtorno. pic.twitter.com/d9fOzOLHtM
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) January 18, 2020
No entanto, até a tarde de segunda-feira, havia poucas respostas conclusivas sobre quantas pessoas foram de fato atingidas pelo erro e se o Ministério foi capaz de resolver todos os problemas. Isso porque o próprio Inep voltou atrás em relação ao alcance do erro, que era, em um primeiro momento, apenas nas provas do segundo dia de testes, mas que já inclui também o primeiro dia.
Além disso, estudantes debatiam no Twitter se a redação, uma das provas com maior peso e importância do Enem, também não foi prejudicada pelo erro no sistema. O tema propôs que os candidatos debatessem a democratização do acesso ao cinema no Brasil.
Para solicitar que a nota fosse conferida, o Inep orientou estudantes a enviarem um e-mail para [email protected], com nome completo e CPF, até as 10h da segunda-feira – o que deu um prazo de menos de 24h para que os estudantes solicitassem a correção.
O Ministério da Educação e o Inep não retornaram aos pedidos de informação feitos por CartaCapital e apenas encaminharam uma nota sobre a realização de uma coletiva de imprensa, às 19h, para o esclarecimento da questão.
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