Educação

Recuperação pós-pandemia é o foco dos presidenciáveis para a Educação

Representantes dos candidatos à Presidência debateram, em São Paulo, as principais propostas de cada chapa para reduzir o atraso educacional do Brasil

Da esquerda para direita: Nelson Marconi, representante do candidato Ciro Gomes; Rossieli Soares, representante da candidata Simone Tebet; Reginaldo Soares, representante do candidato Luiz Inácio Lula da Silva e os jornalistas Antônio Goes e Renata Capafurdo, mediadores da mesa - Foto: Camila Da Silva/CartaCapital
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Sem o teto de gastos e sem orçamento secreto, os presidenciáveis pretendem focar os recursos da União para recuperação do ensino no Brasil a partir de 2023. 

É o que afirmam representantes dos candidatos mais bem colocados na corrida ao Planalto: Ciro Gomes (PDT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB). O deputado Reginaldo Lopes (Lula), o economista Nelson Marconi (Ciro) e o ex-secretário paulista Rossieli Soares (Tebet), debateram as principais propostas para educação no 6º Congresso de Jornalismo de Educação, promovido pela Associação de Jornalistas da Educação, a Jeduca, nesta segunda-feira 12 em São Paulo. 

Em comum, as candidaturas apostam no aumento do financiamento pelo Ministério da Educação a estados e municípios, na renovação do Novo Ensino Médio — apesar das críticas de especialistas à proposta — e na implementação em larga escala das escolas em tempo integral.  

Para Lopes, representante de Lula, a construção de um plano emergencial é essencial para enfrentar a defasagem no ensino em todos os níveis, sobretudo no infantil e no fundamental. 

“A educação não pode entrar na regra fiscal. É uma vergonha nos próximos quatro anos não universalizar o ensino integral, principalmente nos primeiros anos”, comentou, sobre a PEC do Teto de Gastos e o impacto para o setor.  

Além disso, propões, este plano emergencial conterá um sistema integrado de educação para combater o atraso educacional. 

Tomando como exemplo o Sistema Único de Saúde, ele propõe conexão com o Ministério da Cidadania para realizar o mapeamento das famílias e fazer busca ativa dos estudantes e também com o Ministério da Saúde, com foco em cuidar dos prejuízos à saúde mental dos alunos e familiares. 

Rossieli Soares (PSDB), representante da candidata Simone Tebet, ex-secretário de Educação em São Paulo, tem objetivos mais contidos.

“Não adianta achar que vamos cumprir tudo no currículo”, afirmou. “Precisamos rever material, formação de professores e todas as estratégias passam por suporte do MEC.” 

Um caminho para reduzir os danos causados pela pandemia e pelo corte de gastos, defende Rossieli, está na alfabetização nos primeiros anos de ensino, na formação dos professores e na contratação de auxiliares para apoiar os professores dentro das salas de aula.

Nelson Marconi, coordenador do programa de governo de Ciro Gomes, mencionou a reforma tributária como ponto chave para promover recursos na educação com efetividade. 

“A gente quer buscar os alunos em casa, escolas em tempo integral, queremos dar oportunidade de estágio e isso passa por uma questão de reforma tributária”, pontuou. 

O investimento em ensino integral também aparece em conjunto com uma nova definição dos itinerários formativos para os estudantes do Novo Ensino Médio.

Para ele não é possível disponibilizar todas as opções em todas as escolas, mas o ideal seria adequar as opções com a realidade socioeconômica da região e as necessidades daqueles estudantes. 

O representante do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convidado, mas não retornou. 

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