Educação

Polícia diz que jovem preso em Pernambuco é mentor intelectual de ataque em colégio do Paraná

Investigação apontou que jovem se inspirou em outros massacres em escolas para promover a violência; ataque foi articulado pelas redes sociais

Polícia diz que jovem preso em Pernambuco é mentor intelectual de ataque em colégio do Paraná
Polícia diz que jovem preso em Pernambuco é mentor intelectual de ataque em colégio do Paraná
Policiais em ação após um ataque ao colégio Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Foto: Henrique Campinha/AFP
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A Polícia Civil do Paraná afirmou que o mentor intelectual do ataque em uma escola de Cambé, no norte do Paraná, foi preso em Pernambuco, no último dia 21. 

Ele e o atirador se conheceram em 2021. O jovem preso tinha um grupo nas redes sociais em que estimulava atos de violência e pagava valores para quem cometesse ataques. Segundo os investigadores, o atirador já tinha preparado o atentado três vezes e desistiu. 

Em 19 de junho, um ex-aluno entrou atirando no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e fez duas vítimas. 

Já dentro da escola, o atirador se escondeu no banheiro para publicar uma mensagem nas redes sociais, um documento chamado de “manifesto contra o estado opressor”, escrito por ele e pelo mentor intelectual. 

No texto, o atirador afirma que o bullying sofrido teria motivado o crime. 

Conforme o delegado responsável pelas investigações, Paulo Henrique Costa, foi “tudo planejado via aplicativos e inspirados em atos cruéis compartilhados na deepweb“.

“Todos alegam ser vítimas de bullying. A questão da perversidade fica clara, eles falam muito em mortes, suicídios, psicopatias, serial killer, e buscam esses ataques como símbolos e heróis. Possuem ideologias, que seriam referentes a morte, certos preconceitos”, diz Costa.

“Na deepweb, eles vão tratando questões como a construção de artefatos explosivos, compra de munições, compra de armas, de como eles vão agir. Buscam muitas informações de como vão se esquivar da segurança”, afirma o delegado.

Costa ainda aponta que o atirador tinha duas vidas paralelas. 

“Eles se preparam e vivem neste mundo paralelo virtual, vivem especialmente para isso. O executor tinha uma vida em Rolândia, aparentemente normal. Ele estudou, trabalhava com o pai no campo, e paralelamente, tinha essa outra vida”, diz o investigador.

Preso no dia do crime, o atirador foi encontrado morto em sua cela um dia depois. Outro suspeito de ajudar no ataque estava preso na mesma unidade prisional. 

Além do atirador, do ajudante e do mentor intelectual, mais dois suspeitos foram presos em Rolândia, na segunda-feira 26. Eles foram detidos pela venda da arma utilizada no crime, mas não teriam envolvimento direto no planejamento ou execução do ataque.

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