Educação

Não adianta revogar o Novo Ensino Médio sem ter algo para colocar no lugar, diz Lula

No início de abril, o presidente já havia afirmado que seu governo ‘aperfeiçoará’ a reforma

O presidente Lula. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira 19 não haver a possibilidade de revogar o Novo Ensino Médio “sem ter nada para colocar no lugar”. A declaração foi concedida durante cerimônia de lançamento do PPA Participativo, a possibilitar que movimentos sociais e entidades populares ajudem a definir prioridades para a elaboração dos orçamentos federais.

No início de abril, Lula já havia afirmado, durante café da manhã com jornalistas, que seu governo não revogará, mas “aperfeiçoará” a reforma.

Nesta terça, ele disse que o debate começou durante o período de transição, ou seja, antes de sua posse. Dali teria saído a decisão de “dar continuidade à política do ensino médio”. Posteriormente, afirmou Lula, “começou uma disussão sobre revogar ou não revogar”, o que levou o governo a montar uma comissão “para debater a melhor saída para aperfeiçoar o nosso ensino médio”.

“É isso o que nós vamos fazer: discutir com as entidades”, reforçou. “Não é apenas revogar sem ter nada para colocar no lugar. É muito sério o que aconteceu com o ensino médio neste País e, portanto, nós temos de tratar com a maior seriedade.”

Em 5 de abril, o Ministério da Educação publicou uma portaria a prever a suspensão da implementação do Novo Ensino Médio. O documento determina um prazo de 60 dias para avaliação e reestruturação da política nacional.

O cronograma de execução do Novo Ensino Médio foi publicado em 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro, e previa que o novo modelo seria implementado ao longo dos anos, até a promoção de um novo Enem em 2024.

Na prática, a suspensão dos prazos não alterou o dia a dia das escolas, que continuam sob as diretrizes do Novo Ensino Médio.

“Nós vamos apenas suspender as questões que vão definir um novo Enem em 2024 por 60 dias. E vamos ampliar a discussão”, resumiu o ministro da Educação, Camilo Santana, no início do mês. “O ideal é que, em um processo democrático, a gente possa escutar a todos. Principalmente quem está lá na ponta, que são os alunos, os professores e aqueles que executam a política, que são os estados.”

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