O presidente Jair Bolsonaro está sendo pressionado para desistir de indicar o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para o Ministério da Educação. Segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira 3, alas ligadas ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares rejeitam a nomeação do possível chefe da pasta.
De acordo com o veículo, os olavistas críticos à escolha de Feder se incomodam com a sua ligação ao chamado “centrão”, por ser funcionário do governo de Ratinho Júnior (PSD). Conforme mostrou CartaCapital, o PSD foi um dos partidos que abocanharam cargos após a aproximação com o chefe do Palácio do Planalto.
Já os militares veem inexperiência em Feder. Líderes evangélicos também não se agradaram com o nome.
O nome de Feder aparece após a demissão de Abraham Weintraub em 18 de junho, seguida da passagem-relâmpago de Carlos Decotelli na chefia da pasta. Ele é empresário, com graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestrado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP).
Nas redes sociais, progressistas e bolsonaristas expressaram insatisfação com o secretário do Paraná. Para parlamentares da oposição, a indicação de Feder pode representar o avanço de privatizações no setor. Já os apoiadores de Bolsonaro reclamam que o governo abriria mão de valores conservadores para não desagradar agentes do “establishment”.
Weintraub não seguiu as críticas olavistas, pelo menos publicamente, e escreveu uma mensagem a Feder pelo Twitter, desejando-lhe “sorte e sucesso”.
Segundo revelou o site The Intercept Brasil, a gestão de Feder no Paraná deixou alunos de 165 municípios sem aulas durante a pandemia do novo coronavírus. A falha ocorreu após contrato milionário com uma emissora afiliada da TV Record.
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