Educação

Cotado para chefe do MEC, Renato Feder deixou alunos de 165 cidades sem aula no Paraná

Segundo o site The Intercept Brasil, secretário de Educação do estado contratou afiliada da TV Record para exibir aulas em vídeo

O secretário da educação de São Paulo, Renato Feder. Foto: Reprodução/YouTube
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Cotado para chefiar o Ministério da Educação, o secretário de Esporte e Educação no governo do Paraná, Renato Feder, deixou estudantes de 165 municípios do estado sem aulas após contratar uma emissora afiliada da TV Record para exibir vídeos de ensino à distância. A informação foi revelada pelo site The Intercept Brasil, nesta sexta-feira 3.

A contratação ocorreu no início de abril, como reflexo da pandemia do novo coronavírus. Segundo apuração do veículo, não houve licitação no processo. A empresa contratada se chama TV Independência, pertencente o grupo Rede Independência de Comunicação (Grupo RIC), conglomerado de mídia filiado à Record, presente no Paraná e em Santa Catarina.

De acordo com o Intercept, o contrato original previa 2,7 milhões de reais por 3 meses de serviço. No entanto, o desembolso não foi suficiente para atender todos os alunos da rede estadual. Segundo o veículo, a RIC não chega em mais da metade dos municípios paranaenses, onde vivem 2 milhões de pessoas.

Após 1 mês, a pasta de Feder cedeu mais 800 mil reais à empresa como “aditivo”, para aumentar a cobertura televisiva até junho em 44 municípios. Para quem não tem sinal da TV, resta tentar assistir às aulas pela internet, por meio de um aplicativo chamado Aula Paraná. Quem também não tem internet, fica impedido de assistir às aulas, informa o veículo.

Segundo o site, as escolas decidiram imprimir tarefas de casa e encaminhar aos alunos por meio dos familiares, que comparecem às instituições para buscar cestas básicas. Os alunos fazem os exercícios sem acompanhamento e devolvem na data seguinte de distribuição de mantimentos. Os documentos ficam 14 dias em quarentena antes da correção pelos professores.

O governo do Paraná é comandado por Ratinho Júnior (PSD), filho do apresentador Carlos Massa, do Programa do Ratinho, da emissora SBT.

A indicação do secretário de Ratinho Júnior desagradou progressistas e bolsonaristas. Ele pode ocupar o cargo de ministro após Bolsonaro dispensar os serviços de Carlos Decotelli, que ficou somente 5 dias na liderança da pasta da Educação. Decotelli substituiria Abraham Weintraub, mas foi descartado depois que teve o currículo acadêmico desmentido por instituições universitárias.

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