33 servidores do Inep pedem demissão a menos de duas semanas do Enem

Os funcionários mencionam a 'fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima' do órgão e denunciam 'clima de medo'

Estudante se preparando para prova do Enem. Fonte: Shutterstock

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A menos de duas semanas da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio, 33 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais pediram demissão.

 

 

No pedido de dispensa, eles mencionam a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”. As saídas ocorrem três dias depois de o coordenador-geral de Exames para Certificação do Inep, Eduardo Carvalho, e o coordenador-geral de Logística da Aplicação, Hélio Junio Rocha Morais, também se demitirem.

O pedido coletivo de exoneração está ligado a acusações de “falta de comando técnico” no planejamento do Enem e ao “clima de insegurança e medo” promovido pela gestão atual, segundo o documento de dispensa encaminhado ao órgão, ligado ao Ministério da Educação.


Entre os servidores que pediram demissão estão pessoas responsáveis pela fiscalização do cumprimento do contrato do Enem nos dias de aplicação. Também há funcionários que cuidam da base de dados que servirá para divulgar as notas dos participantes.

Com o anúncio das demissões, a Associação dos Servidores do Inep divulgou uma nota em que lamenta “que a postura da alta gestão do Inep tenha levado a situação da autarquia a esse ponto dramático”.

“O medo é a tônica”, diz também o texto divulgado pela Assinep.

O atual presidente do Inep, Danilo Dupas, é o quarto a assumir o órgão desde o início do governo Bolsonaro, em 2019, e tem sido um dos mais criticados. Os servidores ainda questionam o fato de Dupas tentar se eximir de possíveis falhas no Enem e em outros processos do órgão.

“Todas as suas ações demonstram que, na verdade, sua prioridade é resguardar o seu CPF, a ponto de se recusar a fazer parte dos próximos trabalhos das Equipes de Incidentes e Resposta”, complementa o documento da Assinep.

 

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