Editorial
Intérprete de si mesmo
Bolsonaro é o ator que escolhe seu próprio papel
CartaCapital tem por Lula o afeto de uma longa amizade, mas discorda da política da conciliação por ele praticada quando, na nossa opinião, sem confronto o Brasil não resolverá o seu maior problema, a condição de o segundo mais desigual do mundo, a criar um desequilíbrio social monstruoso, adverso à prática da democracia digna de um país contemporâneo do mundo. Donde nosso tradicional apoio a Lula no combate à candidatura de Bolsonaro nas eleições já iminentes, conforme estabelecido pelo calendário aplicado depois do impeachment de Dilma Rousseff e da tomada do poder pelo usurpador Michel Temer.
A prioridade absoluta ainda é a derrota do energúmeno demente que nos governa e nos envergonha. Impávido, o ex-capitão leva mundo afora seu sorriso alvar. O bestialógico que ele pronuncia diante de plateias importantes tornou-se chacota entre os civilizados. Nesta pantomima grotesca, recomenda-se entender a presença, por trás da encenação, da certeza do dever cumprido, sintoma gritante da doença incurável do beócio-mor. Se a vitória de Lula vai significar o fim de Bolsonaro, de imediato que bem venha. Embora dela resulte um governo conciliador, nas circunstâncias de linha oposta à desejável.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
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