Edição da Semana

Ex-rebeldes sem causa

Os conflitos e violações aos direitos humanos continuam sob nova direção e obrigam a ONG Médicos Sem Fronteiras a deixar o país

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Os rebeldes que a Otan ajudou a derrubar (e linchar) Muammar Kaddafi e tomar o poder em Trípoli não se esforçam por manter uma fachada respeitável. Em 26 de janeiro, a ONG Médicos sem Fronteiras anunciou que se retirava do país porque seus voluntários estavam sendo obrigados a manter prisioneiros vivos para que pudessem continuar a ser torturados. A Anistia Internacional denunciou 12 mortes nessas condições, todas sob a responsabilidade do governo reconhecido e apoiado pelo Ocidente.

Sequer conseguem, aliás, manter a aparência de unidade. O aeroporto de Trípoli é alvo de seguidas escaramuças entre grupos que tentam assumir seu controle, e em 2 de fevereiro duas milícias travaram uma batalha de duas horas por uma mansão de praia da capital, usada como quartel. Mesmo depois que, em 23 de janeiro, partidários de Kaddafi expulsaram as tropas ex-rebeldes da cidade de Bani Walid e hastearam a bandeira verde a 170 quilômetros da capital, sem que o novo governo tenha conseguido retomá-la.

Apesar do mau exemplo líbio, as potências ocidentais insistem em uma resolução da ONU capaz de abrir caminho a uma intervenção análoga na Síria, cuja guerra civil se agravou com a luta aberta entre o exército e rebeldes armados pelos subúrbios de Damasco. Mas a Rússia, desta vez, promete vetá-la e enviou um porta-aviões ao porto sírio de Tartus para sublinhar sua disposição de bloquear um ataque ao seu último aliado no Mediterrâneo.

Os rebeldes que a Otan ajudou a derrubar (e linchar) Muammar Kaddafi e tomar o poder em Trípoli não se esforçam por manter uma fachada respeitável. Em 26 de janeiro, a ONG Médicos sem Fronteiras anunciou que se retirava do país porque seus voluntários estavam sendo obrigados a manter prisioneiros vivos para que pudessem continuar a ser torturados. A Anistia Internacional denunciou 12 mortes nessas condições, todas sob a responsabilidade do governo reconhecido e apoiado pelo Ocidente.

Sequer conseguem, aliás, manter a aparência de unidade. O aeroporto de Trípoli é alvo de seguidas escaramuças entre grupos que tentam assumir seu controle, e em 2 de fevereiro duas milícias travaram uma batalha de duas horas por uma mansão de praia da capital, usada como quartel. Mesmo depois que, em 23 de janeiro, partidários de Kaddafi expulsaram as tropas ex-rebeldes da cidade de Bani Walid e hastearam a bandeira verde a 170 quilômetros da capital, sem que o novo governo tenha conseguido retomá-la.

Apesar do mau exemplo líbio, as potências ocidentais insistem em uma resolução da ONU capaz de abrir caminho a uma intervenção análoga na Síria, cuja guerra civil se agravou com a luta aberta entre o exército e rebeldes armados pelos subúrbios de Damasco. Mas a Rússia, desta vez, promete vetá-la e enviou um porta-aviões ao porto sírio de Tartus para sublinhar sua disposição de bloquear um ataque ao seu último aliado no Mediterrâneo.

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