Economia

Venda da Eletrobras está ‘consolidada’, diz ministro de Minas e Energia

A declaração foi concedida uma semana depois de o presidente Lula afirmar que a privatização foi um ‘crime de lesa-pátria’

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao lado do presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira 27 que a venda da Eletrobras “está consolidada”.

A declaração foi concedida menos de uma semana depois de o presidente Lula (PT) afirmar que a privatização foi um “crime de lesa-pátria”. Em 21 de março, em entrevista ao Brasil 247, o petista disse que “não vai ficar por isso mesmo” e que se o governo tiver condições, “voltaremos a ser donos” da companhia.

Silveira se manifestou sobre o tema durante o evento Arko Conference 2023, em São Paulo.

“Eu entendo que isso [a privatização] é fato, está consolidado, passou pelo Congresso Nacional, virou uma lei. Portanto, eu, como ministro de Minas e Energia, tenho que tratar a Eletrobras com a natureza que ela tem hoje”, afirmou o pessedista.

A privatização da Eletrobras foi concluída em junho de 2022. A criação da estatal foi proposta em 1954 pelo então presidente Getúlio Vargas. O projeto foi aprovado sete anos depois.

companhia apresentou um prejuízo líquido de 479 milhões de reais no último trimestre de 2022, resultado bem inferior ao lucro líquido registrado no mesmo período de 2021, de 610 milhões de reais. A informação consta do documento Informe aos Investidores 4T 2022, divulgado em 14 de março.

De acordo com o relatório, houve impactos negativos dos seguintes fatores:

  • a contabilização do Plano de Demissão Voluntária, realizado em 2022, no montante de 1,26 bilhão de reais, com a adesão de 2.494 empregados e 13 meses de pay back;
  • a constituição de provisão de recebíveis da Amazonas Energia, no montante de 2,53 milhões de reais;
  • os encargos de dívida em função da consolidação da Sociedade de Propósito Específico Santo Antônio Energia, com gastos de 436 milhões de reais a partir do terceiro trimestre;
  • As despesas financeiras em 888 milhões de reais pelas obrigações junto à Conta de Desenvolvimento Energético e aos projetos de revitalização das bacias hidrográficas e Amazônia Legal, como uma das condições da lei que desestatizou a Eletrobras.

O resultado anual foi de lucro líquido de quase 3,64 milhões de reais, cifra 36% inferior à obtida em 2021, no montante de 5,71 milhões de reais. Além dos motivos já mencionados, o documento cita a deflação no ano passado, que teria desencadeado uma redução de 1,67 milhão de reais nas receitas de transmissão.

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