Economia

PT aprova resolução com críticas a ‘ditadura do BC independente’ e ‘austericídio fiscal’

O partido ainda sustenta que o resultado do PIB não tem sido maior ‘por causa da deletéria política de juros’ do Banco Central

Participação do presidente Lula na Conferência Eleitoral do PT em dezembro de 2023. Foto: Reprodução/Instagram/PTBrasil
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O Partido dos Trabalhadores aprovou uma resolução política em que critica a “ditadura do Banco Central independente” e diz ser necessário se livrar do que chamou de “austericídio fiscal”, sem mencionar diretamente a política encampada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Por 51 votos a favor e só quatro contrários, o Diretório Nacional do PT manteve o texto que havia sido aprovado preliminarmente na última sexta-feira, na conferência eleitoral do partido, em Brasília.

O documento, proposto pela corrente “Construindo um novo Brasil”, tendência da qual o presidente Lula faz parte, também critica o Centrão, grupo de partidos que negociam apoio político em troca de cargos e emendas.

“As forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão, fortalecido pela absurda norma do orçamento impositivo num regime presidencialista, exercem influência desmedida sobre o Legislativo e o Executivo, atrasando, constrangendo e até tentando deformar a agenda política vitoriosa na eleição presidencial”, diz a resolução.

O texto ainda sustenta que o resultado do PIB não tem sido mais expressivo “por causa da deletéria política de juros” do BC, presidido por Roberto Campos Neto. Assim, seria preciso superar a “trava imposta pela política monetária da direção do Banco Central”.

“Indicado por Jair Bolsonaro e pelo igualmente deletério ex-ministro Paulo Guedes, o ainda presidente do BC, Roberto Campos Neto, mantém com seus diretores a maior taxa de juros do planeta, sem que haja nenhuma justificativa plausível para essa barbaridade.”

O PT afirmou ainda não ver sentido na “pressão por arrocho fiscal” em um cenário de crescimento econômico, em mais uma crítica à meta de déficit zero bancada por Haddad. O termo escolhido para fazer referência à política econômica do governo – “austericídio – é um neologismo que combina austeridade fiscal com suicídio nas urnas.

A crítica acontece porque, segundo integrantes do partido, cortar gastos em nome do objetivo de zerar o rombo nas contas públicas poderia prejudicar o desempenho da esquerda nas eleições municipais de 2024.

“Não faz nenhum sentido, neste cenário, a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país”, acrescenta a resolução.

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