Economia

Política de valorização do Mínimo termina com aumento reduzido

Previsão do Orçamento era para um salário de 1.006 reais, mas decreto presidencial fixa em 998 reais

Paulo Guedes em visita a Jair Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto na noite do dia 1º de janeiro fixando o valor do salário mínimo para 2019 em 998 reais. A previsão de Orçamento deixada pelo Congresso Nacional previa que seriam 1006 reais. Mudanças em prévias de índices inflacionários justificaram a redução imposta pelo presidente da República.

Este reajuste marca o fim da chamada política de valorização real do salário mínimo, que durou 11 anos. Em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou uma política permanente de valorização do salário mínimo até 2023. Uma estruturação de longo prazo para a recuperação do valor do piso nacional.

Essa política tinha como critérios o repasse anual da inflação do período entre as correções, acrescida por um aumento real do valor, acima da inflação, atrelada à variação do PIB (Produto Interno Bruto). Resultou em tornar Lula o presidente que maior aumento real concedeu ao salário mínimo dessde a redemocratização.

Tal política foi mantida pela presidenta Dilma Rousseff, deveria durar até 2023, mas teve sua interrupção prematura anunciada após o deposição da presidenta eleita em 2016. Neste ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deverá anunciar qual será a nova política de reajuste do salário mínimo sob o governo Jair Bolsonaro. O presidente tem até abril para definir as bases de cálculo.

O ex-presidente Lula, em 2007, criou a política de valorização real do salário mínimo. Ela acabou (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)

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Até agora, fato é que Paulo Guedes já deixou claro que irá travar correções automáticas ou indexadas, para “evitar gastos desnecessários”. Segundo o ministro, o valor do mínimo está atrelado a diversos pagamentos e obrigações do governo federal. Assim, conceder aumentos reais em seu valor comprometeria por demais as despesas públicas.

“Hoje, no Brasil, está tudo ligado ao salário mínimo. Vocês viram desde o começo que eu disse que o responsável pela inflação, pela vulnerabilidade cambial, pelos juros altos, pelos impostos elevados, pela corrupção na política é o excesso de gastos públicos. É evidente que eu sou a favor de um teto para os gastos”, disse o ministro em entrevista coletiva à imprensa, em outubro do ano passado. É esperar para ver.

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