Economia

Morre o economista Carlos Lessa aos 83 anos

“Lessa era um homem universal” diz o consultor editorial de CartaCapital, Luiz Gonzaga Belluzzo

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
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Morreu na manhã desta sexta-feira 5 o economista Carlos Lessa,  aos 83 anos. Ele estava internado em decorrência de uma pneumonia provocada pelo novo coronavírus.

A informação foi confirmada pelo filho Rodrigo Lessa, que publicou a notícia do falecimento do pai numa rede social.

“Meu amado pai foi hoje as 5 horas da manhã descansar. A tristeza é enorme. Seu último ano de vida foi de muito sofrimento e provação. O legado que ele deixou não foi pequeno. Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual, espirito público, um professor como poucos e uma alma generosa que sempre ajudou a todos que podia quando estava a seu alcance, um grande amigo . Que descanse em paz”, escreveu Rodrigo.

O consultor editorial de CartaCapital, Luiz Gonzaga Belluzzo, lamentou a morte.

“É doloroso falar dos amigos na hora de sua morte. Digo isso porque me assalta a certeza que Carlos Lessa era a vida. A vida em todas as dimensões que a tornam digna de ser vivida, a vida afetiva, intelectual, cultural. Lessa era um homem universal. Em sua ações e intervenções associava a transcendência à imanência, o abstrato ao concreto Não era apenas um professor que recitava lições. Era um tribuno que inflamava plateias, entusiasmava os alunos que se sentiam impelidos a buscar apaixonadamente o conhecimento a partir da dúvida. Era um homem sem medo que admitia o sacrifício pessoal para defender suas ideias e seus princípios. Um homem universal”, disse Belluzzo.

Desenvolvimentista, Lessa presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de janeiro de 2003 a novembro de 2004, no governo do ex-presidente Lula.

O carioca foi professor da UFRJ, onde se formou economista, e foi eleito reitor em 2002. Na universidade, fundou o bloco Minerva Assanhada, com alunos da instituição.

Lessa também foi professor do Instituto Rio Branco, ministrou cursos na Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) e no Instituto Latino-americano de Pesquisas (Ilpes), da ONU, na Universidade do Chile e na Unicamp e consultor da Fundalão para o desenvolvimento da Administração Pública (Fundap).

Foi ligado ao PMDB de Ulysses Guimarães e participou da elaboração do programa do partido “Esperança e mudança”, em 1982, com uma série de políticas públicas desenvolvimentistas voltadas para um Brasil pós-ditadura.

Carlos Lessa deixa três filhos e netos.

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