Economia

Governo de Portugal estuda adotar semana de trabalho de 4 dias, após experiência positiva em empresas

Um teste implementado em 41 companhias, durante seis meses, resultou em 95% de aprovação ao modelo

Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP
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O novo governo de Portugal avalia implementar a semana de quatro dias de trabalho. A decisão ocorre após uma experiência exitosa em 41 companhias do País, que por seis meses, testaram e aprovaram, de forma contundente, o modelo.

A jornada de quatro dias de trabalho é conhecida como 100-80-100, isto é, 100% de pagamento do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade. O mesmo projeto já foi implementado com sucesso na Bélgica, na Nova Zelândia e no Chile.

Uma pesquisa em Portugal, após a experiência nas 41 empresas, avaliou os resultados com 95% de aprovação da experiência.

Os resultados iniciais mostram que a média de horas semanais trabalhada foi reduzida em 13,7%. Mais da metade das empresas, 58% das participantes, deram um dia de folga a mais por semana, e 41,5% decidiram implementar nove dias de trabalho a cada 15 dias.

No fim do período de experiência, 85% dos trabalhadores disseram apenas retornariam para empresas com o período regular de 5 dias de trabalho por semana com um aumento de 20% a mais de salário.

Para ser viável, as empresas precisaram reorganizar compromissos, diminuir a duração de reuniões e criar blocos de trabalho de forma que a redução da jornada não interferisse nas entregas semanais.

Funcionários afirmaram também na pesquisa que os níveis de estresse e exaustão diminuíram e que as horas livres a mais na semana contribuíram para o convívio familiar.

Se antes da experiência, 46% consideravam difícil conciliar vida pessoal com o trabalho, agora são apenas 8% continuam com esse dilema. Outros 65% dos participantes responderam que ficaram mais tempo com a família no modelo testado.

A frequência de outros sinais negativos relacionados à saúde mental também registou uma redução: o índice de ansiedade diminuiu em 21%; o de fadiga em 23%; o de insônia ou problemas de sono em 19%.

A implantação da redução de jornada na estrutura do mercado de trabalho nacional português depende ainda de diversos estudos e relatórios, mas já em andamento, segundo o governo.

O coordenador da análise de viabilidade é o economista Pedro Gomes, contratado pelo governo de Portugal para produzir um relatório apontando benefícios e desafios do projeto.

Segundo Gomes, o governo está preparando um programa-piloto no setor público, mas ainda há dúvidas sobre a sua implementação. Ele não deu detalhes sobre o que ainda falta ser esclarecido.

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