Economia
Fiesp se diz pronta a trabalhar com Lula após anúncio de plano para a indústria
Segundo a Federação, a iniciativa mostra que ‘o governo federal reconhece a importância da indústria de transformação’
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, elogiou nesta segunda-feira 22 o lançamento do plano Nova Indústria Brasil, divulgado pelo presidente Lula (PT). A entidade se disse “pronta para trabalhar com o governo e ajudar a implementar as políticas anunciadas, bem como outras medidas que visem fazer com que a indústria de transformação volte a ser a locomotiva do desenvolvimento nacional”.
“O lançamento da nova política industrial é a demonstração de que o governo federal reconhece a importância da indústria de transformação para colocar a economia brasileira entre as maiores do mundo, e isso deve ser aplaudido”, acrescenta a Fiesp, em um comunicado.
A Confederação Nacional da Indústria, por sua vez, avalia que Lula recolocou a indústria brasileira no centro da estratégia para o desenvolvimento do País. A CNI classificou o programa como “moderno e sustentável” e afirmou que a iniciativa “redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização”.
Como funcionará
O programa usa instrumentos como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais. Também recorre a incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.
A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial. Entre os setores contemplados estão a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa.
A maior parte dos recursos, 300 bilhões de reais, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Os financiamentos do BNDES relacionados a inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial, menor que a Taxa de Longo Prazo.
O documento a basear o plano é dividido em seis pontos, chamados de “missões”. Para cada um deles, o governo elenca uma série de metas de curto prazo, até 2026, e outras de longo prazo, até 2033.
As missões são:
1- Cadeias agroindustriais: aumentar de 18% para 70% os estabelecimentos de agricultura familiar com equipamentos mecanizados. O plano ainda indica que 95% das máquinas devem ser de produção nacional;
2- Saúde: expandir a produção nacional de insumos em saúde de 42% para 70% sobre os medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos;
3- Bem-estar nas cidades: com foco em mobilidade urbana, as ações focam nos investimentos em indústria ferroviária, eletromobilidade e construção civil digital de baixo carbono. Entre as metas, que envolvem infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis, há destaque para redução em 20% do tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho;
4- Transformação digital: sair de 23,5% das empresas nacionais digitalizadas para 90%. Como meta, há destaque para investimentos na indústria 4.0 e em triplicar a participação da produção nacional sob as novas tecnologias;
5- Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas: pretende ampliar de 21,4% para 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes e, com isso, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional;
6- Defesa: foco no desenvolvimento nacional de 50% da tecnologia necessária no setor – por exemplo, sobre energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.
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