Economia

Caminhoneiros encorajam protestos de rua contra o aumento dos combustíveis: ‘Motoristas darão apoio’

Assim como políticos da oposição, os líderes da categoria culpam a gestão de Jair Bolsonaro (PL) pelo descontrole no preço

Wallace Landim, o Chorão, um dos líderes dos caminhoneiros. Foto: Reprodução
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Líderes dos caminhoneiros têm encorajado um movimento da população nas ruas contra o aumento do preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira 10.

“O reajuste do diesel não é mais só um problema dos caminhoneiros, se a população não se mobilizar, ninguém vai mais comer ou consumir nada”, cobrou o Wallace Landim, conhecido como Chorão, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores, a Abrava. A gravação circula por grupos de WhatsApp.

Segundo ele, os caminhoneiros não conseguiriam mobilizar uma nova greve sozinhos, sendo necessária a participação popular contra o aumento de 25% no valor do óleo diesel e 18% no preço da gasolina.

Assim como políticos da oposição, o motorista culpa a gestão de Jair Bolsonaro (PL) pelo descontrole no preço. Para ele, a ‘dolarização do combustível’, praticada pela atual política de preços da Petrobras, é injustificável.

“O governo é o maior acionista da Petrobras, tem que parar essa coisa de paridade”, disse. “Quando tentamos fazer uma paralisação em novembro do ano passado, nos ameaçaram com multas estratosféricas. Queríamos apenas mostrar à população que essa paridade não dá para manter, não ganhamos em dólar e sim em real”, acrescentou Landim.

Para ele, Bolsonaro estaria ‘jogando a culpa’ em outros fatores e deixando a solução, que deveria partir do governo, para o Congresso. Segundo defendeu, a PEC dos combustíveis defendida por integrantes do Planalto não seria uma solução definitiva para o problema da categoria.

“De novo, o Bolsonaro está jogando a coisa na mão do Congresso, ou culpando governadores. Nada disso vai adiantar, o que precisa é a Petrobras parar com essa política”, criticou Chorão.

No jornal Folha de S. Paulo desta quinta, Dedeco, como é conhecido Wanderlei Alves, outro líder de greves anteriores na categoria, também defendeu uma paralisação.

“Os caminhoneiros autônomos e os empresários de transporte têm que se unir e parar o país. Ninguém vai aguentar”, disse o motorista ao defender uma paralisação conjunta entre motoristas e empresários do setor.

“[Acionistas] estão ficando milionários às custas da tragédia de todos nós. Só quem está feliz hoje no país são os investidores da Petrobras”, registrou o motorista, que é ex-apoiador de Bolsonaro e chegou a se alinhar a Sergio Moro (Podemos) mais recentemente. O líder da categoria, no entanto, teria rompido com o ex-juiz por falta de respostas em um grupo do WhatsApp.

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