Economia

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Bomba acionada

Os juros exorbitantes fixados pelo Banco Central ameaçam deflagrar uma crise de crédito e o novo governo prepara seu arsenal para neutralizá-la

Os bancos privados convocam seus correntistas para renegociar dívidas - Imagem: Renato Luiz Ferreira e iStockphoto
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A possibilidade concreta de o País enfrentar uma crise de crédito talvez seja a tradução mais completa, neste momento, da herança maldita do governo Bolsonaro na economia, submetida à taxa de juros real mais alta do mundo e acorrentada à independência do Banco Central em relação às políticas econômicas de crescimento. O congelamento das emissões de crédito privado, os recordes de empresas sem geração de caixa suficiente para cobrir a despesa financeira, de consumidores inadimplentes e de firmas em recuperação judicial e a multiplicação de mutirões para renegociação de dívidas apontam para o risco de uma explosão. Outra evidência do perigo é a existência de medidas prontas, no governo, para execução caso o problema se agrave. As iniciativas, detalhadas abaixo, podem debelar ou ao menos atenuar uma reação em cadeia, com possibilidade de contaminar grandes empresas e bancos.

Na quarta-feira 1º, após anunciar a reo­neração dos combustíveis, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que o BC reduza os juros, pois a alta da Selic “tem causado muitos malefícios” para a economia. Até no mercado financeiro a batalha pelo aumento da meta de inflação, iniciada pelo presidente Lula, encontra adeptos, como deixaram claro os principais executivos das instituições de referência Verde Asset, SPX Capital e JGP em evento do BTG Pactual há duas semanas. Em entrevista à BBC, Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, disse que Lula está “absolutamente correto” em mostrar preocupação com as altas taxas de juro que enfraquecem a economia e estrangulam as empresas do País.

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