Economia

BNDES não é um hospital de empresas e não vai socorrer a Americanas, diz Mercadante

O presidente do banco defendeu, porém, dialogar com a Febraban e a Fazenda sobre a abertura de uma linha de crédito para pequenos fornecedores

Tomaz Silva/Agência Brasil
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira 15 que não há no horizonte qualquer ação direta para salvar a Americanas, uma vez que a instituição não é um “hospital de empresas”.

“Não há possibilidade de tratar da crise da Americanas. O que tínhamos de fazer já fizemos, executamos a fiança e recuperamos nosso capital”, afirmou.

Ele defendeu, porém, dialogar com a Federação Brasileira de Bancos e o Ministério da Fazenda sobre a abertura de uma linha de crédito voltada a pequenos fornecedores da varejista.

“Compete à CVM, ao Banco Central, avaliar com rigor o que aconteceu. Os sócios principais têm volume de capital bastante expressivo para salvar a empresa e, sobretudo, proteger os fundos de investimento, os 40 mil trabalhadores e as micro e pequenas empresas que são fornecedoras”, avaliou.

Mercadante reforçou que os pequenos fornecedores não têm qualquer responsabilidade pela crise na Americanas. “Elas foram vítimas de um processo. Os indícios de fraude no balanço são muito graves”, emendou, em coletiva de imprensa.

Em 11 de janeiro, a Americanas informou ao mercado ter encontrado “inconsistências contábeis” de 20 bilhões de reais em seus balanços. Os passos seguintes envolveram a Justiça: primeiro, uma medida de proteção contra credores e, na sequência, a aprovação do início de uma recuperação judicial. A companhia tem dívidas de 42,5 bilhões de reais.

Na terça-feira 14, sem citar a varejista, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Nascimento, afirmou que a entidade tem trabalhado com firmeza na apuração de um caso “gravíssimo”. Em evento do banco BTG Pactual, ele foi questionado sobre episódios que podem abalar a confiança no mercado de capitais.

Segundo ele, “esse assunto é lamentável” e “a CVM não vai poupar esforços para responsabilizar cada um dos responsáveis pelos acontecimentos”.

A autarquia já anunciou a instauração de inquéritos administrativos contra a Americanas e montou uma força-tarefa para investigar o rombo bilionário. Em um dos processos decidiu mirar, também, os chamados “acionistas de referência” da companhia: os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

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