Economia

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As cartas de Haddad

Criticado a torto e a direito, o arcabouço fiscal tem mais virtudes do que parece

Lula sai em defesa do ministro – Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABR
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Durante a reunião ministerial realizada na véspera do embarque à China, o presidente Lula foi enfático nos elogios ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tanto pela elaboração do novo arcabouço fiscal quanto pela condução da economia. Haddad virou saco de pancadas, a torto e a direito, mas o arcabouço fiscal condensa soluções realistas e seguras para o equilíbrio das contas públicas, dá um fim às amarras irracionais e sistematicamente descumpridas do falido teto de gastos, disse o presidente, além de garantir a volta do pobre ao Orçamento e possibilitar a aplicação de recursos no desenvolvimento econômico do País.

A boa impressão de Lula sobre o andamento da área econômica funda-se em dados do governo. O conjunto de regras anunciado prevê que os gastos vão crescer menos do que as receitas, o suficiente para estabilizar a dívida à medida que a arrecadação aumente, seja por meio do crescimento econômico, seja da revisão de benefícios fiscais ou de uma maior tributação. O governo atua nessas três frentes, mas o crescimento contratado, com recursos assegurados, é o ponto de maior destaque. A primeira medida do governo Lula foi estabelecer uma base elevada de despesas. O programa Bolsa Família deu um salto em relação aos 36 bilhões de ­reais desembolsados no auge do programa para 176 bilhões anuais no atual governo, para desembolso em todos os anos do mandato, caso o Congresso aprove. O investimento em infraestrutura, de 20 bilhões de reais somados nos quatro anos sob Jair Bolsonaro, subirá para 23 bilhões de reais apenas em 2023, segundo o Ministério da Infraestrutura. O gasto primário vai passar de 15% do PIB no primeiro governo Lula para 19%. Os desdobramentos desse forte empurrão na economia, em estado de letargia devido à política econômica dos seis anos anteriores, serão visíveis na alta do investimento público e privado, do emprego, da renda e da receita tributária. Assim estimam os formuladores da política econômica.

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