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A Semana do Mercado: olho no crescimento e na inflação

Lá fora, a pauta continua sendo a dosimetria da política monetária nos EUA e Europa, inclinados a uma postura mais combativa ante a inflação

No mercado doméstico, o boom das commodities gera inflação. (FOTO: iStockphoto e Renato Luiz Ferreira)
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Semana fraca de indicadores e eventos econômicos que animem – ou deprimam – os mercados. Aqui, os investidores estarão atentos a indicadores de atividade de julho que possam (ou não) sustentar a perspectiva mais otimista de crescimento da economia no ano, após a surpresa positiva do 2º trimestre. O IBGE divulga os dados sobre o setor de Serviços amanhã e as vendas no varejo saem na quarta, seguidos, na quinta, do Índice BC-Br do Banco Central, visto como antecipação do PIB. A expectativa é de que o setor de serviços avance no mês, impulsionado pela contínua normalização das atividades presenciais, melhora do mercado de trabalho e início do processo de desinflação da economia.

A expectativa é de alta dos serviços, de 0,6% em julho, ainda impulsionado pelos serviços prestados às famílias, que seguem abaixo do patamar pré-pandemia, mas em trajetória de recuperação. Já para o varejo (conceito ampliado), a expectativa é estabilidade. 

Diante dos bons resultados setoriais esperados, o IBC-Br deve mostrar alta de 0,30% em julho. O índice pode confirmar um bom dinamismo da atividade no início do 3º trimestre, reforçando as revisões positivas para o crescimento esperado do PIB em 2022, que se aproximam de 2,5%, com algumas casas já apontando para números próximos a 3,0%.

No campo inflacionário, a FGV divulga na sexta o IGP-10 de setembro, que deve seguir em deflação, ainda refletindo os menores preços dos combustíveis (no atacado e no varejo) e a acomodação dos preços das commodities no mercado internacional. Em 12 meses, o índice deve ficar relativamente estável, em 8,85% (ante 8,82%). 

Na política, o mercado deve seguir atento à nova rodada de pesquisas eleitorais, que nesta semana serão 31 sondagens para presidente da República, sendo 10 de abrangência nacional e o restante, no nível estadual, que podem mostrar se há continuidade do encurtamento da distância entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro nas intenções de voto para o 1º turno, ou se há algum esgotamento de tal processo. Aa mais aguardadas são Ipec, hoje à noite; Quaest, na quarta, e Datafolha, na sexta. 

Lá fora, a pauta continua sendo a dosimetria da política monetária nos EUA e Europa, inclinados a uma postura mais combativa ante a inflação, como se viu na última decisão do Banco Central Europeu (BCE), que elevou os juros em 0,75 pp. Neste sentido, o destaque da semana é o dado de inflação ao consumidor (CPI) de agosto nos EUA, amanhã, para o qual se espera deflação de 0,1%, dado o alívio recente dos preços dos combustíveis, diante da queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Caso o resultado se confirme, o CPI acumulado em 12 meses desaceleraria pela 2ª vez consecutiva, passando de 8,5% para 8,0%.

Vale ressaltar que, mesmo que tal resultado se concretize, parece improvável que o Fed desacelere o ritmo de alta dos juros, de +0,75 p.p, na reunião de setembro (dia 21), diante da leitura que o mercado de trabalho do país segue bastante aquecido. Um aumento mais modesto (+0,50 p.p) dependeria de uma descompressão maior da inflação e mais disseminada entre os itens, não apenas dos derivados de petróleo.

Outros destaques da semana são as leituras de atividade (indústria e varejo) norte-americana no mês de agosto, na quinta-feira (15), que indicarão em qual velocidade a economia está desacelerando. Para a indústria, o consenso de mercado espera alta de apenas 0,1%, enquanto no varejo é esperada estabilidade pelo 2º mês seguido. Ainda nos EUA, serão divulgados os preços ao produtor (PPI) de agosto na quarta-feira e a prévia da confiança do consumidor (Univ. Michigan) de setembro na sexta-feira.

Na Zona do Euro, será divulgada na sexta-feira (16) a leitura final da inflação (CPI) de agosto, que deve confirmar a prévia e acelerar para 9,1% em base anual (ante 8,9% em jul/22), impulsionada pelos preços de energia. Por fim, na quarta-feira (14), será conhecida a produção industrial do bloco, referente a julho. 

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