Economia

A Semana do Mercado: o mundo de olho na Ômicron e no banco central dos EUA

O editor de Finanças William Salasar apresenta as principais tendências da abertura dos mercados nesta segunda-feira 3

Foto: STEPHANE DE SAKUTIN/AFP
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A primeira semana do ano é fraca em indicadores e eventos que movem os mercados domésticos. Já na arena internacional, as atenções se concentram na divulgação da Ata do Comitê de Política Monetária do banco central norte-americano, o Fed, na quarta-feira 5, e das estatísticas do mercado de trabalho dos EUA, na sexta 7, enquanto sanitaristas analisam o avanço da Covid-19, com a variante Ômicron, após as festas de fim de ano.

Analistas de mercado apostam que a pandemia está em vias de retroceder, pois, “apesar de um poder de contágio comparável aos piores vírus, já se sabe que sua reprodução nos tecidos pulmonares é menor e, por isso, a variante seria menos patogênica”, como diz a corretora Genial Investimentos.

Assim, o destaque é o primeiro Relatório Focus do ano, publicado na manhã desta segunda 3 pelo Banco Central, que mostra estabilidade nas expectativas de inflação, taxa de câmbio e taxa Selic para 2022. “A única alteração nos prognósticos é mais uma leve redução no crescimento econômico previsto para o ano que se inicia”, assinalam os analistas da casa de análise Levante Ideias de Investimento.

Na última edição de 2021, a projeção para o Produto Interno Bruto de 2022 era de um crescimento de 0,42% – que caiu para 0,36%. Há quatro semanas, a projeção era de uma alta de 0,51%. Um ano atrás, os economistas consultados pelo BC projetavam que a economia cresceria 2,5% em 2021 – uma eloquente ilustração de como as expectativas se deterioraram, principalmente no segundo semestre em razão da interminável crise político-fiscal de Brasília.

As projeções do Focus para o IPCA (índice de inflação oficial) de 2022 estimam um segundo ano consecutivo de rompimento da meta a ser perseguida pelo BC. A projeção desta edição ficou em 5,03%, contra 5,00% do teto da meta deste ano. Para 2021, a mediana cedeu marginalmente de 10,02% para 10,01%, mas é quase o dobro do limite superior da meta para a inflação, que é de 5,25%.  Quanto a 2023, a expectativa da inflação voltou a subir e a se afastar do centro da meta do ano que vem (3,25%), passando de 3,38% para 3,41%. Para 2024, a mediana continuou em 3,00%.

Entretanto, os economistas do mercado financeiro mantiveram pela terceira semana consecutiva a projeção de 11,50% para a taxa Selic no fim de 2022, assim como para o final de 2023 (8%) e 2024 (7%).

Esse cenário macroeconômico de taxa de juros e inflação em alta, com a atividade econômica praticamente estagnada, pesou na Bolsa, que abriu refletindo o bom humor dos mercados internacionais mas caiu puxada pelas ações dos setores de varejo, tecnologia e imobiliário. Por volta da hora do almoço, o Ibovespa recuava 0,67%, em 104.117 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 testava níveis recordes em continuação de recuperação com melhor perspectivas para a pandemia de Covid-19. Nos Estados Unidos, o S&P500 também se aproximou das máximas.

Na contramão da Bolsa, como é usual, o dólar acelerou os ganhos contra o real nesta segunda, depois de a moeda registrar fortes perdas na última sessão do ano passado e reagindo à notícia de que o presidente Jair Bolsonaro está internado com quadro de obstrução intestinal, enquanto, no exterior, o foco estava sobre a variante Ômicron. Às 13h, o dólar à vista avançava 1,25%, a 5,6500 reais na venda.

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