Cultura

Funcionários da Disney denunciam censura a cenas de afeto entre personagens LGBT+

A denúncia ocorre em meio a uma onda de críticas contra o CEO da empresa, que doou 25 milhões de dólares a um projeto de lei anti-LGBT na Flórida

Foto: Istock
Apoie Siga-nos no

Funcionários LGBT+ dos estúdios Pixar, ligado à Disney, se uniram para denunciar o que chamam de censura à diversidade sexual nos produtos da empresa.

Em uma carta aberta, encaminhada à revista americana Variety, o grupo diz que executivos da Disney ordenaram censurar ‘quase todos os momentos de afeto gay evidentes’ em peças da produtora, contrariando as equipes criativas e lideranças executivas da Pixar.

“Nós da Pixar sempre testemunhamos belas histórias, repletas de personagens diversos, voltarem da revisão em migalhas do que originalmente eram”, diz um trecho da carta. “Mesmo ao justificar que criar conteúdo LGBTQIA era a resposta para combater leis LGBTFóbicas ao redor do mundo, éramos impedidos de produzir”.

A denúncia ocorre em meio a uma onda de críticas contra o CEO da Disney, Bob Chapek, que doou 25 milhões dólares em apoio ao projeto ‘Direitos parentais na educação’, apelidado pela oposição de ‘Não diga gay’ (Don’t say gay).

Aprovada pelo Senado da Flórida nesta terça-feira 8, a proposta proíbe debates sobre orientação sexual e identidade de gênero nas salas de aula, e orienta professores a denunciar jovens que expressam ‘comportamento queer’ a seus pais. A lei também dá aos pais o direito de processar escolas ou professores que abordem essas temáticas. O projeto tem o apoio do governador da Flórida e, caso seja aprovado, entrará em vigor no estado a partir de 1 de julho.

Após grande repercussão negativa, Chapek anunciou publicamente que a corporação iria doar 5 milhões de dólares à Human Right Campaign e outras organizações pró-LGBT, além de se reunir com o governador da Flórida para discutir “preocupações da Disney” em relação à aprovação do projeto. No entanto, o apoio financeiro não foi retirado.

O documento também exige que a Disney retire o apoio financeiro de todos os políticos que sejam apoiadores do projeto ‘Não diga gay’ e tenha um posicionamento público contra a lei. Até então, representantes da Disney e dos estúdios Pixar não se pronunciaram sobre a carta.

Personagens abertamente LGBTQIA+ ainda são minoria nos filmes da Disney. Em 2020, os estúdios Pixar lançaram um curta na plataforma de streaming Disney+ chamado Out – em referência a expressão popular ‘comming out’, ou ‘sair do armário’. A animação conta a história de um jovem homossexual que enfrenta dificuldades em assumir sua sexualidade aos seus pais. O curta não foi exibido em cinemas ou canais de TV e foi removido da plataforma em diversos países, como a Arábia Saudita.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo