Cultura

Morre aos 93 anos o cartunista Jaguar, um dos fundadores de ‘O Pasquim’

Ele estava internado no Rio de Janeiro, após infecção respiratória

Morre aos 93 anos o cartunista Jaguar, um dos fundadores de ‘O Pasquim’
Morre aos 93 anos o cartunista Jaguar, um dos fundadores de ‘O Pasquim’
Jaguar morreu aos 93 anos – Imagem: Instagram Celia Regina Pierantoni/Reprodução
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Morreu neste domingo, aos 93 anos, o cartunista Sérgio de Magalhães Jaguaribe, o Jaguar, um dos fundadores de O Pasquim, jornal que se tornou um dos símbolos da resistência à ditadura militar no Brasil.

A morte foi confirmada pelo hospital Copa D’Or, no Rio, onde ele estava internado. Segundo o hospital, ele sofria de infecção respiratória que evoluiu para complicações renais. Nos últimos dias, estava sob cuidados paliativos.

Nascido no Rio, em 29 de fevereiro de 1932, Jaguar começou a trabalhar na imprensa nos anos 1950, colaborando na revista Manchete. Na época, era também funcionário de carreira do Banco do Brasil.

O traço marcante, o humor refinado e a força de suas críticas fizeram com que recebesse convite para atuar em outros veículos, como as revistas SenhorCivilização Brasileira e Revista da Semana, além de jornais como Tribuna da Imprensa e Última Hora.

Desde o golpe de 1964, se posicionou de maneira firme contra a ditadura. Em 1969, se juntou a nomes como Millôr Fernandes, Tarso de Castro, Sérgio Cabral (pai), Henfil, Ziraldo e Paulo Francis para fundar O Pasquim. Foi o único da equipe original a permanecer até o fim da publicação, em 1991.

Na publicação satírica, foi editor e diretor, além de nunca ter deixado de publicar seus cartuns. Por irritação da censura com uma de suas charges, quase toda a equipe de O Pasquim ficou presa por dois meses no fim de 1970. O trabalho em questão ironiza o clássico quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, com a frase “eu quero mocotó”.

Imagem: Reprodução

Após o fim de O Pasquim, trabalhou em veículos como os jornais O Dia e A Notícia, não apenas com ilustrações, mas também com textos e crônicas.

A notícia da morte foi lamentada por chargistas e cartunistas de gerações mais recentes, que tinham Jaguar como inspiração. Nas redes sociais nomes como Allan Sieber, Adão Iturrusgarai e Laerte se manifestaram na tarde deste domingo.

O também cartunista Angeli escreveu uma das mensagens mais emocionadas: “Adeus ao maior. Todas as reverências ao carinhoso mestre, dono do traço mais rebelde do cartum brasileiro. Seguimos aqui com sua benção. Te amamos querido e eterno Jaguar!”

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