Cultura
A guerra pelas telas
‘O Cinema Que Não Se Vê’ disseca as disputas e tensões políticas que marcam a produção audiovisual no Brasil
As guerras híbridas, embora em alta, não são novidade. Sem essa denominação podem ser localizadas, por exemplo, nos embates travados na Unesco, na metade do século passado, sobre a proposta de uma Nova Ordem Mundial da Informação e da Comunicação. Era a tentativa de romper com o monopólio comunicacional operado pelos países do Hemisfério Norte, abrindo espaços para as produções do Sul. Foi o que bastou para os Estados Unidos, e depois o Reino Unido, deixarem a Unesco, levando com eles os recursos essenciais para mantê-la. Fato que só se repetiu como represália ao ingresso da Palestina na organização.
As duas motivações colocam em patamar semelhante a violência material contra o povo palestino e a violência simbólica contra as nações alijadas do mercado informativo global. São batalhas distintas, mas que clarificam a importância política da guerra cultural, nem sempre tão evidente como a guerra física.
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