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Vendedor que denunciou propina chegou ao governo via ‘Abin paralela’
O coronel da reserva do Exército Roberto Criscuoli confirmou ter sido responsável por fazer a ponte entre a Davati e o governo
Luiz Paulo Dominguetti, o representante da Davati Medical Supply que denunciou o pedido de propina de 1 dólar por vacina por integrantes do governo, chegou ao Ministério da Saúde via militar que integra o grupo conhecido como ‘Abin paralela’, informantes não oficiais de Jair Bolsonaro, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
A ponte entre Davati Medical Supply e o governo foi feita pelo coronel da reserva do Exército, Roberto Criscuoli. Ele mesmo confirmou a informação ao jornal nesta quarta-feira 30.
Segundo relatou, ele foi procurado por um representante da empresa em um hotel para que ajudasse a chegar até o governo com a oferta de vacinas. Criscuoli não se recorda, porém, o nome do representante que o procurou, apenas de que falava em nome da Davati.
Ainda segundo contou, por acreditar que a compra de vacinas era de grande interesse do governo naquele momento, indicou o contato de Rodrigo de Lima Padilha, servidor terceirizado do Ministério da Saúde.
Padilha é um dos nomes apontados pelo servidor Luis Ricardo Miranda que faziam pressão pela liberação de importação da vacina Covaxin.
A Davati confirma a oferta de 400 milhões de doses de vacina AstraZeneca ao governo federal, mas nega que Dominguetti seja seu representante. O nome do vendedor, porém, é citado em troca de e-mails oficiais entre o CEO da empresa, Herman Cardenas, e o diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, apontado como autor do pedido de propina.
A AstraZeneca, por sua vez, nega que a Davati seja sua representante oficial.
Dominguetti será ouvido pela CPI da Covid na sexta-feira 2 para esclarecer as denúncias.
A CPI também ouvirá Roberto Ferreira Dias, que foi exonerado do cargo nesta quarta-feira 30. A aprovação da convocação do ex-diretor ocorreu nesta quarta e a data da oitiva ainda será confirmada.
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