CartaExpressa
MPF vê indícios de crime na compra da Covaxin pelo governo Bolsonaro
Depoimento de um servidor do Ministério da Saúde apontou pressão atípica da cúpula da pasta para tentar liberar a importação do imunizante
O Ministério Público Federal identificou indícios de crime no contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos na compra da vacina indiana Covaxin. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Um dos elementos usados no inquérito foi o depoimento de um servidor da pasta que apontou pressão atípica da cúpula para tentar liberar a importação do imunizante.
Um dos responsáveis pela pressão, segundo o depoimento, foi o tenente-coronel Alex Lial Marinho, que integrava o principal grupo auxiliar do general Eduardo Pazuello em sua gestão no Ministério da Saúde.
Agora, o MPF desmembrou e transferiu a investigação ao 11º Ofício de Combate ao Crime e à Improbidade Administrativa.
Antes, a apuração ocorria no curso de um inquérito civil público aberto pela Procuradoria da República no Distrito Federal.
De acordo com o despacho do MPF, não há justificativa, a princípio, para a “temeridade do risco” assumido pelo Ministério da Saúde com a contratação relacionada à Covaxin, “a não ser para atender a interesses divorciados do interesse público”.
“A omissão de atitudes corretivas da execução do contrato, somada ao histórico de irregularidades que pesa sobre os sócios da empresa Precisa e ao preço elevado pago pelas doses contratadas, em comparação com as demais, torna a situação carecedora de apuração aprofundada, sob duplo aspecto, cível e criminal”, afirmou a procuradora Loureiro no despacho.
Relacionadas
CartaExpressa
Cúpula da CPI da Covid vai à PGR pela reabertura dos inquéritos da comissão
Por CartaCapitalCartaExpressa
Anderson Torres não terá que devolver salários recebidos durante período preso pelo 8 de Janeiro
Por CartaCapitalCartaExpressa
Cármen Lúcia rebate proposta de Bolsonaro para anistiar golpistas do 8 de Janeiro: ‘Desvio de finalidade’
Por CartaCapitalCartaExpressa
O que a polícia descobriu sobre a pepita de ouro apreendida na casa de Valdemar Costa Neto
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.